Uma série de e-mails identificados pela Polícia Federal mostra que os funcionários da Vale e da empresa de segurança responsável pela barragem, que se rompeu em Brumadinho, sabiam que a estrutura estava com problemas dois dias antes do incidente. As informações foram divulgadas TV Globo.
Os dados dos sensores que monitoravam a barragem tiveram alterações anormais. Além disso, cinco dos instrumentos instalados nas estruturas não estavam funcionando. Os e-mails foram trocados no dia no dia 23 de janeiro, às 14h38, até às 15h05 do dia seguinte. A barragem se rompeu em 25 de janeiro.
Os responsáveis por atestar a segurança da barragem da mineradora Vale foram presos no dia 29 de janeiro. Entretanto, na tarde de ontem, receberam uma liminar em habeas corpus e poderão responder as acusações em liberdade. A decisão foi tomada pela Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A liminar coloca em liberdade os engenheiros Andre Jum Yassuda, Makoto Namba, Rodrigo Artur Gomes de Melo, além do gerente executivo operacional da Vale Ricardo de Oliveira e o gerente de meio ambiente Cesar Augusto Paulino Grandchamp.
O mar de lama que se espalhou por Brumadinho, na Grande BH, já matou, 150 pessoas, até o momento, e 182 seguem desaparecidas.
Em nota a Vale informou que está colaborando com as investigações e que não irá comentar sobre os fatos. Confira a nota na íntegra:
“A Vale informa que vem colaborando proativamente e da forma mais célere possível com todas as autoridades que investigam as causas do rompimento da Barragem I da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho. Como maior interessada no esclarecimento das causas desse rompimento, além de materiais apreendidos, a Vale entregou voluntariamente documentos e e-mails, no segundo dia útil após o evento, para procuradores da República e delegado da Polícia Federal. A companhia se absterá de fazer comentários sobre particularidades das investigações de forma a preservar a apuração dos fatos pelas autoridades”.
