No velório de Ronaldo Lenoir, muitas histórias e muitos aplausos

Lenoir foi velado no Sindicato dos Jornalistas

Aplausos marcaram o início e o final das 11 horas de homenagens prestadas por amigos, colegas de profissão e parentes ao jornalista Ronaldo Lenoir, de 63 anos, que foi sepultado hoje, às 10 das manhã, no Cemitério do Bonfim.

Lenoir morreu de acidente, na noite de anteontem, na BR-381. Com ele, no mesmo veículo, viajava o criador do portal BHaz, Pedro Guadalupe. Sob aplausos dos presentes, seu corpo chegou ao Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais às 23h de ontem. No local, que estava lotado, seu corpo foi velado durante toda a noite de ontem e manhã de hoje.

Ronaldo Lenoir tinha 63 anos, era casado com Celmi Escobar Lenoir e deixa duas filhas: Camila Lenoir, formada em Direito, e Carolina Lenoir que, inclusive, seguiu os passos profissionais do pai e é jornalista.

Selmi Escobar Lenoir, esposa do jornalista se declarou sensibilizada com as manifestações carinhosas dos amigos e colegas. Ela se disse comovida com a quantidade de pessoas que passaram pela sede do Sindicato para dar seu adeus a Ronaldo Lenoir.  A filha do casal, a também jornalista Carolina Lenoir, atribuiu o grande número de pessoas que passaram pelo velório ao carisma e caráter do pai.

Pelo Facebook, Carolina assim se manifestou em relação ao pai: “Sendo filha dele há mais de três décadas (e continuando a ser por quantas mais eu viver), tenho orgulho imenso do altruísmo, da honestidade, da sede por se reinventar, da capacidade de congregar, do humor ácido, do sorriso que alcançava os olhos e do coração que não cabia dentro dele e transbordava”.

Antes de deixar a sede do Sindicato dos Jornalistas em direção ao Cemitério do Bonfim, Ronaldo recebeu uma homenagem da jornalista Dinorah do Carmo, ex-presidente do Sindicato. Dinorah buscou uma frase dita a ela por Ronaldo Lenoir, há alguns, quando do sepultamento do também jornalista João Rafael Picardi Neto: “O mundo ficou pobre hoje”. Dirigindo-se, desta vez, a Ronaldo Lenoir, ele afirmou: “Lenoir, hoje o mundo ficou mais pobre ainda”.

Durante o velório, muitos episódios envolvendo o jornalista, que era conhecido pela correção com que praticava o jornalismo, foram lembrados. Uma destas histórias foi contada pelo jornalista Paulo Mourão, que foi parceiro de Ronaldo Lenoir no lançamento do jornal “Diário do Amapá”, nos anos de 1990.

Sepultamento aconteceu no Cemitério do Bonfim (Henrique Coelho/Bhaz)

Segundo Paulo Mourão, um dia antes do lançamento, o dono do jornal havia condicionado sua circulação à retirada de uma reportagem que era importante de ser publicada, mas que não lhe agradara.

De acordo com Paulo Mourão, o empresário havia dado a Ronaldo uma espécie de ultimato: ou a reportagem era retirada, ou o jornal não saia. Paulo Morão contou que o ultimato foi respondido por Lenoir com outro ultimato: ou o jornal saía com a reportagem ou toda a equipe contratada para o seu lançamento ia retornar para Minas imediatamente. Acabou prevalecendo o ultimato dado por Ronaldo Lenoir e o jornal circulou sem o corte da reportagem que o dono do jornal queria que fosse suprimida.

No cemitério do Bonfim, Paulo Mourão, que é também cantor de músicas cuja temática é ligada à cultura popular, cantou uma das músicas de seu repertório cujo tema é a despedida. Uma nova salva de palmas encerrou o sepultamento e o fechamento da sepultura, que, ao final, ficou inteiramente coberta por coroas de flores.

 

Marcelo

Marcelo Freitas é redador-chefe do Bhaz

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