Vereador de BH revela que foi agredido por 12 pessoas e detalha ataque

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Gabriel foi o quarto vereador mais votado na última eleição e está no segundo mandato na Casa Legislativa (Bernardo Dias/CMBH)

O vereador de Belo Horizonte, Gabriel Azevedo, do Patriotas, revelou nesta segunda-feira (5) que foi espancado por pelo menos doze indivíduos em um intervalo de menos de um minuto, durante um roubo sofrido em São Paulo, no final de fevereiro. O parlamentar não se pronunciava sobre o ataque desde que anunciou, no dia 1º de março, o roubo. Desde então, ele desativoutodas as suas mídias sociais. Agora, Gabriel divulgou, pela primeira vez, mais detalhes sobre o episódio.

O vereador relevou que a agressão aconteceu em uma região da capital paulista em que “grupos numerosos de dependentes químicos, sob uso do crack, atacam as pessoas para roubar dinheiro e objetos pessoais”. Em nota, ele relata que mais pessoas foram assaltadas no lugar, em um curto intervalo de tempo.

O parlamentar ainda revelou que foi “traído” pela própria memória. Gabriel confessou que, na sua lembrança, cinco ou seis pessoas tinham partido para cima dele, mas, com a colaboração de uma testemunha, descobriu que pelo menos onze ou doze indivíduos o agrediram em um intervalo de menos de um minuto. “Foi realmente uma experiência pela qual nunca tinha passado, mas asseguro a vocês que sigo com a mesma resiliência de sempre”, diz um trecho da nota (leia na íntegra abaixo).

Conforme o vereador, a Polícia Civil do Estado de São Paulo abriu inquérito para investigar o roubo, que aconteceu na noite do dia 27 para 28 de fevereiro. As autoridades estão investigando se o crime tem motivações políticas, mas Gabriel não acredita nessa hipótese. “Tenho colaborado desde então com todas as informações possíveis. Colabora também uma testemunha que presenciou os fatos. Considero isso importante para que não restem dúvidas a ninguém, como não existem para mim, de que se tratou mesmo de um crime comum, sem motivações políticas”, pontuou.

Fratura nos ossos

Após o ataque, o vereador precisou passar por uma cirurgia. “Além dos muitos hematomas pelo corpo, houve uma fratura nos ossos do nariz e do olho direito. Foi necessário esperar o inchaço diminuir para que uma cirurgia fosse feita em 9 de março de 2021”, detalha.

Ele alega que não tem mais marcas no corpo, com exceção de uma cicatriz, que permanecerá no seu rosto, como consequência do corte cirúrgico. “O sangue que se espalhou pelo globo ocular praticamente já desapareceu. Os inchaços idem. Não há mais marcas no corpo. E ficará disso tudo uma cicatriz na pálpebra inferior direita onde o corte cirúrgico ocorreu”, descreve.

O parlamentar, conhecido pela forte presença na internet e aparição nas redes, informou que as suas mídias sociais permanecerão desativadas por tempo indeterminado. Um aplicativo, o e-mail e o WhatsApp serão os únicos canais de comunicação do vereador.

Ele ainda reforça que está obedecendo orientações de repouso. “Venho me recuperando dia após dia desde o procedimento, obedecendo (de modo não tão paciente) as orientações para permanecer em repouso para a devida fixação óssea”, explica.

Retomada da rotina

Gabriel contou ainda que vai retomar, nesta segunda-feira (5), parte da rotina interrompida, comparecendo à Câmara Municipal para compromissos essenciais, além de voltar a atividades em jornal e rádio local. O gabinete, contudo, continuará fechado. “Toda nossa equipe está trabalhando remotamente seguindo as orientações dos poderes Executivo e Legislativo municipais, além do governo estadual mineiro”, esclarece.

“Lamento verdadeiramente qualquer contratempo que esse episódio pelo qual passei tenha lhe causado no que diz respeito a minha atuação política e o que me satisfaz de certa forma é que, mesmo diante dele, a minha atividade pública, que levo muito a sério, e o compromisso assumido”, finalizou o vereador.

Nota do Gabriel na íntegra:

“Quero agradecer todas as manifestações de positividade recebidas desde o episódio descrito por uma nota enviada por mim em 1° de março de 2021.

Informo que a Polícia Civil do Estado de São Paulo abriu inquérito para investigar o roubo do qual fui vítima no Centro da Capital Paulista na noite do dia 27 para 28 de fevereiro de 2021. Tenho colaborado desde então com todas as informações possíveis. Colabora também uma testemunha que presenciou os fatos. Considero isso importante para que não restem dúvidas a ninguém, como não existem para mim, de que se tratou mesmo de um crime comum, sem motivações políticas, tampouco quaisquer outras que não fosse mesmo o objetivo dos criminosos de subtrair o que eu possuísse no momento, no caso o meu celular e o meu relógio, com uso da brutalidade.

Infelizmente, a violência se espalhou naquela região, onde grupos numerosos de dependentes químicos, sob uso do crack, atacam as pessoas para roubar dinheiro e objetos pessoais. Lamentavelmente, foi o que aconteceu comigo e com outros cidadãos, da mesma forma e no mesmo momento, com curto intervalo de tempo. Na minha lembrança, eram cinco ou seis pessoas que me atacaram, mas com a colaboração da testemunha, soube que pelo menos onze ou doze indivíduos me agrediram num intervalo de menos de um minuto. Foi realmente uma experiência pela qual nunca tinha passado, mas asseguro a vocês que sigo com a mesma resiliência de sempre. A mente está tranquila e funcionando como de costume. A vida segue. Sei que poderia ter sido muito pior. E estou bem.

Além dos muitos hematomas pelo corpo, houve uma fratura nos ossos do nariz e do olho direito. Foi necessário esperar o inchaço diminuir para que uma cirurgia fosse feita em 9 de março de 2021. Tudo correu da melhor maneira possível pela capacidade louvável da equipe médica e venho me recuperando dia após dia desde o procedimento, obedecendo (de modo não tão paciente) as orientações para permanecer em repouso para a devida fixação óssea. O sangue que se espalhou pelo globo ocular praticamente já desapareceu. Os inchaços idem. Não há mais marcas no corpo. E ficará disso tudo uma cicatriz na pálpebra inferior direita onde o corte cirúrgico ocorreu. Cicatrizes também fazem parte da vida. Não é a primeira. Não será a última. Adiante.

Estou em Belo Horizonte desde 28 de fevereiro de 2021. Logo após o atendimento emergencial em São Paulo, onde estava trabalhando, adiantei meu embarque da noite daquele domingo e pousei na tarde daquele dia. Não deixei de cumprir minhas obrigações parlamentares em nenhum momento desde então.

Escrevo também para informar que participei remotamente de todas as sessões plenárias do mês passado. Também o fiz nas comissões especiais e nas comissões permanentes das quais faço parte, sobretudo a Comissão de Legislação e Justiça. Momentos depois de operado, já estava conectado digitalmente do quarto do hospital para participar e presidir remotamente do colegiado mais importante da Câmara Municipal, como tenho feito desde então, inclusive em reunião realizada extraordinariamente que convoquei pra agilizar a apreciação do parecer de projeto de lei que garante a compra da vacinas contra COVID-19 pelo município. É o tipo de medida que não pode atrasar por nenhuma razão.

Nesse período, avançamos num dos eixos prometidos na campanha eleitoral de 2020 para criação de um mandato compartilhado regionalizado. Nove co-vereadores foram eleitos para as nove regiões de Belo Horizonte e já começaram a exercer suas funções. Agradeço em nome deles pelos votos que muitos de vocês deram nesse processo democrático. Tenho também me dedicado a outro eixo importante: sou responsável pela Comissão Especial de Estudos que analisa a reformulação da BHTrans, com a criação de outro órgão que cuidará da nossa mobilidade, além da integração metropolitana e reestruturação do transporte público na cidade. A situação é gravíssima e beira um colapso.

Outros inúmeros temas municipais têm sido abordados permanentemente por mim e pela equipe do mandato, com foco nesse contexto pandêmico, bem como o permanente atendimento às demandas cidadãs que podem ser feitas pelo aplicativo “tem meu voto”, que substituiu o aplicativo “meu vereador”.

Nesse momento difícil pelo qual passa nossa Capital Mineira, não deixe de enviar a notificação daquilo que merece a nossa atenção. Enquanto estudo uma maneira melhor de utilizar as mídias sociais que permanecem e permanecerão desativadas, o aplicativo, o e-mail e o WhatsApp serão os canais de comunicação disponíveis em tempo integral para todo cidadão de Belo Horizonte.

Retomarei hoje parte da minha rotina interrompida comparecendo à Câmara Municipal para compromissos essenciais, além de restabelecer minha coluna semanal no jornal O Tempo e na Rádio 98FM, onde colaborarei com as minhas opiniões. O gabinete conjunto com o vereador Wanderley Porto seguirá fechado com toda a nossa equipe trabalhando remotamente seguindo as orientações dos poderes Executivo e Legislativo municipais, além do governo estadual mineiro.

Também aproveito esse momento de contato para compartilhar o bom sentimento de ver a minha avó (89), a minha mãe (70) e a minha tia (68), vacinadas com a primeira dose da vacina contra o novo coronavírus. As três estão isoladas num apartamento há um ano. Vê-las dando esse passo na direção da imunização é algo satisfatório. E espero que as pessoas da nossa cidade, especialmente as pessoas queridas por você, sejam vacinadas o quanto antes para que evitemos mais mortes e para que retomemos a nossa plenitude em viver em comunidade, algo que tem feito muita falta a todos e em especial àqueles que entendem que coexistir e coabitar são verbos essenciais na vida urbana.

Há cerca de um ano, eu passava pela doença provocada pelo novo coronavírus e por todos eventos incômodos que ela me gerou. Agora, surgiu mais esse contratempo. Não gosto de ver meus roteiros planejadas interrompidos, mas temos todos convivido com desafios inesperados. Alguns sem solução, como a morte daqueles que amamos. E registo profundo pesar se isso ocorreu no seu seio familiar.

Lamento verdadeiramente qualquer contratempo que esse episódio pelo qual passei tenha lhe causado no que diz respeito a minha atuação política e o que me satisfaz de certa forma é que, mesmo diante dele, a minha atividade pública, que levo muito a sério, e o compromisso assumido com cada uma das 13.088 pessoas que conferiram-me um voto não foram em nenhum momento interrompidos. E assim será, no que depender de mim, até 31 de dezembro de 2024. Sigo e seguirei me dedicando a Belo Horizonte com um mandato que faz diferença e que faz diferente. Agradeço a compreensão de vocês com profundo respeito. Vamos prevalecer.

Fiquem bem.”

Edição: Giovanna Fávero

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