Uma mulher de 55 anos foi presa nesta sexta-feira (14), suspeita de explorar sexualmente pelo menos quatro mulheres em Belo Horizonte. Segundo depoimentos, as vítimas também eram mantidas em cárcere privado em uma casa de prostituição.
De acordo com a Polícia Civil, o caso foi descoberto a partir de denúncias anônimas a respeito da casa de prostituição. Policiais Militares foram até o imóvel, localizado na região Centro-Sul de BH, onde ouviram pedidos de socorro das vítimas.
Diante dos fatos, as autoridades realizaram uma operação para resgatar as mulheres de dentro do imóvel. Já na chegada, os policiais notaram que a casa estava trancada com correntes e cadeados e precisaram arrombar a entrada.
Em coletiva de imprensa concedida na tarde de hoje, a delegada Marina Prado disse que as vítimas viviam em condições precárias de alojamento, com alimentação limitada e sem poder transitar dentro da residência. “É um imóvel de alto luxo, mas elas relatam que não tinham acesso aos cômodos onde eram realizados os programas sexuais”.
As vítimas também relataram que a cafetina ficava com cerca de 60% dos valores de cada programa. “Isso estaria dificultando que essas vítimas pudessem se sustentar fora do imóvel”, completou.
Vídeo obtido pelo BHAZ mostra que as mulheres eram mantidas no porão da casa. Nas imagens, uma delas diz que veio de Manaus, capital do Amazonas.
Cafetina é presa por exploração sexual na região Centro-Sul de BH; veja resgate de vítimas
— BHAZ (@portal_bhaz) February 14, 2025
📹Imagens cedidas ao BHAZ pic.twitter.com/F4Vi9Sy7qQ
Prisão
Ainda conforme a Polícia Civil, a cafetina tentou fugir durante as diligências, mas foi detida pelos agentes. Ela deve responder pelos crimes de manter casa de prostituição e rufianismo (prática de se aproveitar financeiramente da prostituição de outra pessoa). As penas variam de um a cinco anos de prisão;
“Lembrando que a prostiuição em si não é crime, mas explorar essa atividade e ter uma casa de prostituição é sim crime”, alertou a delegada.
As vítimas resgatadas conversaram com os policiais durante a operação, mas decidiram não prestar depoimentos oficialmente. “Elas decidiram que não teriam mais interesse em comparecer pessoalmente e não mandaram o local em que elas estão se escondendo. Elas só falaram que iriam para outro estado a partir de agora. Mas isso não atrapalha em nada a investigação”.
A suspeita já tem passagem na polícia pelo crime de rufianismo e se encontra no presídio de Vespasiano, Região Metropolitana de Belo Horizonte, aguardando audiência de custódia.
As investigações prosseguem sob comando da Delegacia Especializada de Investigação à Violência Sexual.