VÍDEO: Roubo a carros nas proximidades da Fumec assusta universitários e preocupa PM

Câmera de segurança registra ação de bandidos na rua Albita, no bairro Cruzeiro, Zona Sul da capital

A combinação entre ruas escuras, com pouco movimento de pessoas e lotadas de veículos de universitários e professores tem tornado as redondezas da Fumec perigosas e violentas. O ponto do bairro Cruzeiro, na Zona Sul de Belo Horizonte, se transformou em alvo preferencial de criminosos. Um estudante, por exemplo, teve dois veículos roubados em menos de nove meses, enquanto uma mulher chegou a ser agredida no assalto.

“Infelizmente as pessoas nessa região, onde há muitas faculdades e universidades, ficam mais expostas pois precisam deixar os carros nas ruas”, admite a capitão da Polícia Militar Regiane Calixo, porta-voz do Comando de Policiamento da Capital (CPC), responsável pela segurança na capital mineira.

No dia 25 de outubro, por exemplo, uma universitária de 42 anos foi abordada quando saía da aula. Ela deixou a instituição por volta das 22h10 de uma terça-feira, quando foi surpreendida por um homem armado. O veículo dela estava estacionado em frente ao Mercado Distrital do Cruzeiro, na rua Ouro Fino.

Na abordagem, o criminoso desferiu uma coronhada e um golpe no estômago da vítima, que teve a bolsa roubada.

Praticamente um mês depois, no dia 21 de novembro, uma mulher de 36 anos foi abordada quando caminhava para pegar o carro, estacionado na rua Cabo Verde. O veículo e o celular foram roubados por dois assaltantes, que ainda afirmaram que o carro seria usado na fuga de outro roubo.

Nos dois casos, nenhum suspeito foi detido pelos policiais.

Insegurança

Um universitário de 29 anos, estudante de Ciências Aeronáuticas, teve a desagradável experiência de ter dois veículos roubados na região em menos de nove meses. “Tive o primeiro carro roubado em março e agora outro. É frequente ladrões estourarem vidros de carros de alunos e até de professores da faculdade”, conta Gabriel Vieira ao Bhaz.

Nas duas ocasiões, o modelo levado era uma Saveiro. “Acredito que eles ficam rondando a região, à procura de um determinado tipo de carro e então agem para levá-lo”, diz o estudante, que desconfia se tratar de uma quadrilha. A polícia, ao menos oficialmente, nega ter a atuação de um grupo especializado, apesar de reconhecer o alto número de arrombamentos de veículos.

No dia 17 de novembro, quando Gabriel foi assaltado pela segunda vez, a ação dos bandidos foi flagrada por câmeras de segurança de prédios nas redondezas. O universitário havia estacionado na rua Albita, a cerca de dois quarteirões da Fumec. “Um Gol estava me seguindo e me viram estacionando”, conta.

A ação dos bandidos durou cerca de 30 minutos. No vídeo, é possível observar que um dos criminosos sai de um veículo parado na esquina da rua Albita, enquanto Gabriel se prepara para deixar o carro estacionado. Ainda era claro, às 19h.

Após acionar o alarme, a vítima volta a checar se o veículo realmente foi trancado. “Eu fico preocupado em estacionar o carro ali. Já tive o outro carro roubado perto, na rua Vitório Marçola”, conta Gabriel.

No momento em que se prepara para deixar o carro e seguir o caminho da faculdade, um dos criminosos, vestindo camisa cinza, passa por ele. Na sequência, o suspeito retorna — perfazendo o caminho da vítima — para certificar-se de que o estudante não voltaria.

Um segundo indivíduo, de camiseta azul, aparece no vídeo. Ele fica próximo ao carro que seria levado nos próximos 10 minutos. O criminoso chega a sentar na calçada, à frente do veículo. Apesar de a rua estar movimentada de carros, o ladrão levanta, sem pudor, o capô da Saveiro para desativar o alarme.

Após conseguir romper os cabos, ele vai embora. Passados cinco minutos, o criminoso reaparece no vídeo carregando uma mochila — como se tentasse se passar por um estudante. Ele então arroba a porta e arranca com o veículo.

Gabriel conta que ainda tem esperança de que o carro seja encontrado. “Apesar de não ter conseguido recuperar o primeiro carro, eu registrei um Boletim de Ocorrência desse último caso”.

Providências

A capitão Regiane Calixto pede para que a Polícia Militar seja acionada se qualquer suspeita for encontrada nas redondezas da faculdade. “Existe uma rede de proteção chamada ‘Instituições Educacionais Protegidas’, que consiste em um canal de comunicação pelo WhatsApp e Facebook. Há também a rede de vizinhos, que tem contato diretamente com a policia em caso de qualquer suspeita”.

Em nota, a Fumec lamentou os furtos sofridos pelo aluno e repercutiu audiência pública, realizada em junho, pela Comissão de Segurança Pública da ALMG (Assembleia Legislativa de Minas Gerais), quando foram discutidas medidas para reduzir o número de furtos e assaltos nas proximidades da instituição.

“A FUMEC lamenta o ocorrido e esclarece que não é a fonte adequada para se pronunciar sobre assuntos de segurança pública em Belo Horizonte. Porém, a universidade está sempre em contato com os alunos, o comando da Polícia Militar, associações de moradores da região, OAB/MG, entre outros, buscando contribuir com o que estiver ao seu alcance. Recentemente foi realizada, no campus do bairro Cruzeiro, uma audiência promovida pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), visando a busca conjunta de soluções”.

Guilherme Scarpellini

Guilherme Scarpellini é redator de política e cidades no Portal BHAZ.

SIGA O BHAZ NO INSTAGRAM!

O BHAZ está com uma conta nova no Instagram.

Vem seguir a gente e saber tudo o que rola em BH!