Bebê de seis meses é vacinada por engano com frasco inteiro da Pfizer contra Covid em SP

frasco de pfizer
Criança recebeu um frasco de Pfizer – o equivalente a seis doses (Geovana Albuquerque/Agência Saúde DF)

Uma bebê de seis meses, que havia sido levada ao posto de saúde para receber a vacina pentavalente, foi imunizada por engano com um frasco inteiro da Pfizer contra a Covid-19. O caso aconteceu em Altinópolis, na região metropolitana de Ribeirão Preto, em São Paulo, em 17 de janeiro. A criança foi parar no hospital no mesmo dia. Segundo a prefeitura, ela já se encontra e casa e está sendo monitorada por equipes médicas.

Ao G1, a mãe, que preferiu não se identificar, disse que foi informada do erro na saída do posto. “Quando a gente estava indo embora, ela [técnica de enfermagem] me chamou e disse que tinha aplicado uma vacina errada nela. Na hora que ela foi jogar o frasco fora, ela viu que era o frasco da Pfizer conta a Covid e que tinha aplicado nela [bebê]. Ela me disse que ela tomou o frasco inteiro, o frasco equivale a seis doses da vacina da Pfizer, então nem foi uma dose só”, disse a mãe, que também é profissional de saúde e colega de trabalho da técnica de enfermagem.

A mãe afirma que a profissional vacina a menina desde que ela nasceu. Segundo ela, na mesma hora, a colega entrou em contato com a Vigilância Sanitária e acionou uma médica do posto de saúde para examinar a bebê. “A hora que ela me falou o que tinha acontecido, a cabeça vai a mil. Você fica sem chão. A primeira coisa que vem na cabeça é ‘minha filha vai morrer'”.

Consequências

Conforme a Prefeitura de Altinópolis, a criança foi levada para avaliação médica no Hospital de Misericórdia local e depois para o Hospital das Clínicas (HC) Criança, de Ribeirão Preto. Segundo a mãe, os profissionais avaliaram a frequência cardíaca, respiração e temperatura da filha. A perna dela inchou no dia da vacina e ela apresentou febre e dor. Os exames de sangue também deram alteração.

Ao BHAZ, o médico infectologista Leandro Curi explica que as reações variam de pessoa para pessoa, a depender do imunizante, da substância, do peso da criança, entre outros fatores. “Cada organismo reage de um jeito. Pode ser que uma criança nem internaria e outra evoluiria para outros quadros. Tem muito a ver com a individualidade do organismo”, aponta o médico.

Ele listou estado febril, alterações nas funções do sangue, rim e fígado como alguns dos possíveis efeitos colaterais. “A gente pode conjecturar diversos quadros, então é acompanhar mesmo”, explicou. Segundo a mãe, a filha não apresentou nenhuma alteração. Ela recebeu alta no dia 21 de janeiro e segue em acompanhamento pela equipe de saúde do município.

Tecnologia

O infectologista destaca que a Pfizer utiliza uma tecnologia muito moderna na fabricação do imunizante – o que reduz a chance de efeitos colaterais mais graves.

“É muito difícil um imunobiológico com RNA causar uma coisa mais séria. Então se fosse vacina de vírus enfraquecido, como febre amarela e sarampo, que é uma tecnologia muito antiga, aí seria mais complicado porque o vírus vivo estaria dentro da pessoa. Então poderia causar a própria doença. Seis doses de vacina de febre amarela pode causar a febre amarela. Mas nesse caso não tinha vírus nenhum. Pfizer é uma tecnologia muito moderna”, elogia.

“Claro que tem efeito colateral, mas a gente até aproveita para exaltar a tecnologia, porque uma vacina menos moderna daria mais problema”, reforça.

Agradecimento

Apesar da situação, a mãe elogiou a técnica de enfermagem por ter comunicado o erro imediatamente à família e às autoridades. A criança deve passar por novos exames na próxima semana.

Nota da Secretaria Municipal de Saúde de Altinópolis na íntegra

“A Secretaria de Saúde do município de Altinópolis informa que no dia 17 de janeiro de 2022, uma criança foi levada pela mãe a uma unidade de saúde para receber vacina pentavalente, contudo, por equívoco da técnica de enfermagem, a criança foi vacinada com o imunizante da Pfizer.

A Secretaria de Saúde de pronto tomou todas as medidas necessárias encaminhando a criança para avaliação medica no Hospital de Misericórdia local e após para o HC Criança, onde permaneceu internada para monitoramento até o dia 21 de janeiro. A criança continua sendo acompanhada pela equipe de saúde do município, e pelo HC Criança e está passando bem.

Toda a ocorrência foi comunicada ao Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo e foi aberto processo administrativo para apurar a conduta da técnica de enfermagem”.

Edição: Vitor Fernandes

SIGA O BHAZ NO INSTAGRAM!

O BHAZ está com uma conta nova no Instagram.

Vem seguir a gente e saber tudo o que rola em BH!