Biomédica brasileira que sequenciou DNA do coronavírus vira boneca ‘Barbie’ em edição de homenagem

barbie homenageia pesquisadoras
Edição especial lançada pela Mattel visa homenagear seis mulheres que atuaram na linha de frente contra a Covid-19 (Reprodução/@barbie/Instagram)

A biomédica Jaqueline Goes de Jesus recebeu, nesta quarta-feira (4), uma bela homenagem da empresa americana fabricante das famosas bonecas Barbie. Em nova campanha, a Mattel decidiu prestigiar mulheres que foram importantes para o enfrentamento da Covid-19 em todo o mundo lançando uma linha de bonecas dedicadas a elas. Jaqueline liderou a equipe de pesquisadores brasileiros responsável por fazer o primeiro sequenciamento genético do coronavírus na América Latina, em março de 2020.

A Barbie de Jaqueline é uma boneca negra, de cabelo afro que utiliza um jaleco de biomédica. “Estamos empenhados em levantar modelos de comportamento que estão causando um impacto positivo durante este período desafiador. Hoje temos o orgulho de homenagear seis trabalhadores da linha de frente de todo o mundo, com bonecas #Barbie únicos em sua imagem”, escreveu a empresa.

“De uma enfermeira do pronto-socorro a uma pesquisadora biomédica e muito mais, essas heroínas continuam a se levantar para servir suas comunidades neste momento de necessidade e estão inspirando as gerações atuais e futuras a seguirem seu exemplo. #ThankYouHeroes”, termina a publicação.

Também foram homenageadas Sarah Gilbert, líder da equipe que desenvolveu a vacina AstraZeneca; Amy O’Sullivan, enfermeira que cuidou do primeiro paciente diagnosticado com a Covid-19 em Nova Iorque; Chika Stacy Oriuwa e Audrey Cruz, importantes figuras na luta contra o preconceito na área da saúde; e Kirby White, australiana que ajudou a criar um avental reutilizável para os profissionais da linha de frente.

Conheça Jaqueline

Jaqueline Goes de Jesus é formada em biomedicina pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública e pós-doutoranda no Instituto de Medicina Tropical da USP (Universidade de São Paulo). Ela começou a fazer pesquisa há dez anos, como estudante de iniciação científica na Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).

Ela esteve à frente do grupo de pesquisadores brasileiros que fez o primeiro sequenciamento do DNA do coronavírus na América Latina, realizado em apenas 48 horas. O trabalho foi desenvolvido pelo Instituto Adolfo Lutz, em parceria com a USP e com a Universidade de Oxford, da Inglaterra (veja aqui).

Em entrevista à Vogue Brasil em agosto do ano passado, a biomédica conta que a família sempre incentivou seus estudos. “Meus pais não pouparam esforços nesse sentido, pois sabiam que, para nós, pessoas pretas, esta é a única maneira de ascender socialmente”, disse.

Durante a conversa, ela também comenta as dificuldades de fazer pesquisa no Brasil. “Ter esta profissão no Brasil é bem complicado, devido à falta de incentivos para desenvolvimento dos projetos e até mesmo em termos de reconhecimento e remuneração”, contou.

Edição: Giovanna Fávero
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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