Depois de horas sem se manifestar sobre um momento histórico e muito aguardado no Brasil – a primeira aplicação de vacina contra a Covid-19 -, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) finalmente comentou sobre o assunto. Bolsonaro disse que o governo federal vai providenciar mais doses do imunizante e alfinetou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), com quem ele e o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, vinham trocando farpas.
Em conversa com apoiadores na porta do Palácio da Alvorada nesta segunda-feira (18), o presidente defendeu que o governo federal não será um obstáculo no processo de imunização dos brasileiros. “A Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] aprovou, não tem mais o que discutir”, disse Bolsonaro, que ainda completou: “A gente vai comprar e vai atrás de contratos que fizemos também, que era para ter chegado a vacina aqui”.
O presidente também aproveitou a ocasião para “cutucar” o governador de São Paulo, João Doria. Os dois vinham trocando farpas desde o início dos estudos com imunizantes no Brasil e o atrito só se intensificou conforme a liberação da vacina se aproximava. Nesta segunda, após Doria presidir a aplicação do imunizante pela primeira vez no país, Bolsonaro rebateu. “Tá liberada a aplicação no Brasil. E a vacina é do Brasil, não é de nenhum governador não”, disse.
Início do fim
A primeira aplicação da vacina fora da fase de ensaios clínicos no Brasil aconteceu na tarde desse domingo (17). Ao lado de Doria, a enfermeira Monica Calazans, da UTI do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo, foi a primeira a receber uma dose da Coronavac, produzida no Brasil pela empresa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.
Em resposta, o Ministério da Saúde adiantou a data prevista para o início da vacinação em outras regiões do país. Ainda no domingo, o ministro Eduardo Pazuello anunciou que os estados que já tiverem o imunizante podem começar a vacinar já na tarde de hoje (18).