‘Não tenho culpa se seu pai é motoboy’: Canto de estudantes de medicina é alvo de críticas na web

estudantes
O registro foi feito durante as programações do Intermed RJ-ES (Reprodução/Redes sociais)

Vídeo que mostra um grupo de estudantes de medicina em um evento esportivo universitário tornou-se alvo de críticas nas redes sociais nesta segunda (10). As imagens repercutem por conta dos gritos dos alunos para a equipe adversária: “não tenho culpa se seu pai é motoboy”, cantavam.

O momento ocorreu durante uma partida do Intermed RJ-ES, que reúne turmas de medicina do Rio de Janeiro e do Espírito Santo em competições diversas. E, nas imagens, universitários da UNIG (Universidade Iguaçu) podem ser vistos entoando o cântico. Neste ano, o evento esportivo ocorre em Vassouras (RJ).

Além de “eu sou playboy, não tenho culpa se seu pai é motoboy”, os estudantes também gritavam: “meu dinheiro não acaba”, em provocação aos adversários. Em nota ao BHAZ (veja na íntegra abaixo), a UNIG informou que “não tem ingerência sobre cânticos ou gritos de guerra entoados pelos alunos, principalmente em ambiente externo”.

Inicialmente o vídeo foi publicado no Instagram de uma aluna da UNIG, na noite desse domingo (9). No entanto, a cena ganhou repercussão quando foi reproduzida no Twitter.

‘Não me representam’

Nas redes sociais, o comportamento dos alunos recebeu desaprovação por parte de internautas. “Ainda bem que sou exceção entre essa galera aí, não me representam nem um pouco. Orgulho demais do meu pai ter trabalhado esses anos todos pra me formar, na raça. Isso eles nunca irão sentir”, escreveu um estudante.

“É triste porque quem faz medicina na raça e não compactua com isso acaba se sujando junto por causa da atitude de gente babaca que mancha o nome e o estigma de um curso todo”, escreveu outra aluna.

Veja a repercussão:

Nota da UNIG na íntegra

À luz dos acontecimentos ocorridos em Vassouras/RJ no dia 07/10, a UNIG esclarece que é contra e repudia veementemente qualquer tipo de discriminação, inclusive por classe social ou condição financeira, e que lamenta profundamente o episódio. A intolerância, em qualquer de suas modalidades, só se presta a dividir ainda mais nossa sociedade, que, mais do que nunca, precisa de respeito, integração e união. A UNIG esclarece, ainda, que não tem ingerência sobre frases ditas por seus alunos, principalmente em ambiente externo – não conseguindo, portanto, evitá-las -, mas que, diante dos fatos e das disposições de seu código de ética e conduta, adotará todas as providências possíveis para que episódios similares não se repitam, pois contrários aos princípios pregados pela universidade“.

Edição: Roberth Costa
Isabella Guasti[email protected]

Jornalista graduada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022 e também de reportagem premiada pelo Sebrae Minas em 2023.

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