Em meio à espera pela distribuição de um imunizante contra a Covid-19 no Brasil, o Palácio do Planalto impôs sigilo de até cem anos ao cartão de vacinação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O sigilo também vale para qualquer informação sobre as doses de vacinas que o mandatário tenha recebido ou vá receber.
A informação foi divulgada pelo colunista Guilherme Amado, da revista Época. Em resposta a uma solicitação que a coluna fez por meio da LAI (Lei de Acesso à Informação), a presidência da República afirmou que os dados “dizem respeito à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem” do presidente.
Presidente minimiza vacina
Jair Bolsonaro tem um histórico de minimizar a importância e a eficácia da vacinas contra a Covid-19, apesar do aumento de mortes pela doença no Brasil. O presidente já chegou a afirmar que não vai se imunizar. “Eu não vou tomar. Eu já tive o vírus, já tenho anticorpos, pra que tomar vacina de novo?”, questionou ele no final de dezembro.
Em outubro, o presidente chegou a declarar que não compraria a “vacina chinesa” – a Coronavac, produzida no país pelo Instituo Butantan. Ontem, porém, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, anunciou contrato com o instituto para a compra de 100 milhões de doses do imunizante.
Bolsonaro também já declarou que “pressa para a vacina não se justifica”, enquanto vários países ao redor do mundo já deram início às suas campanhas de vacinação. ““A pandemia realmente está chegando ao fim. Os números têm mostrado isso aí. Estamos com uma pequena ascensão agora, o que se chama de pequeno repique; pode acontecer. Mas pressa para a vacina não se justifica, porque você mexe com a vida das pessoas”, afirmou em dezembro.