Cristian Cravinhos pede indenização de R$ 500 mil por uso de imagem

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Cristian foi preso novamente após ser acusado de tentar subornar policiais (Reprodução/RecordTV)

Cristian Cravinhos de Paula e Silva foi condenado há mais de 38 anos de prisão pela morte do casal Richthofen, no entanto luta na Justiça pelo “direito ao esquecimento”. O assassinato cometido a mando da filha do casal, Suzane von Richthofen, em 2002, se tornou enredo de uma série e fez com que um dos irmãos Cravinhos entrasse com uma ação em que pede indenização de R$ 500 mil.

Segundo o R7, Cristian entrou na Justiça contra uma produtora e as empresas de streaming Netflix, Amazon e Looke. Na ação, o valor é pedido por dano moral e uso indevido da imagem. O advogado Valdir Rodrigues de Sá afirmou ao portal que o episódio dois da série Investigação Criminal, que retrata casos policiais de repercussão nacional, tem que sair do ar porque Cristian nunca foi perguntado ou permitiu o uso de sua imagem no programa.

“Mesmo que ele tenha praticado o crime, não precisa ser lembrado por isso. Ele já pagou a pena e foi até colocado em liberdade. Voltou a ser preso numa outra situação. O direito ao esquecimento prevê que a pessoa não seja lembrada por aquilo que fez. Se não, vira uma pena perpétua. Como viver assim em sociedade? Não é justo”, justificou o advogado ao R7.

Lucro

Segundo o advogado, o episódio que é objeto da ação saiu do ar por causa da justiça. Ainda assim, o representante de Cristian alega que a produtora já teve lucros com a imagem do homem. No processo, é solicitada a interrupção da exibição do episódio até o desfecho final da ação judicial, sob pena de multa diária de R$ 5 mil. Mas o pedido liminar foi negado pela Justiça.

Cristian Cravinhos está preso na Penitenciária II de Tremembé, no interior de São Paulo, depois de tentar subornar policiais ao ser flagrado em um bar em Sorocaba, também no interior do estado, em 2018. Ele foi condenado a quatro anos e 8 meses de prisão em regime fechado por corrupção ativa.

Outro lado

A produtora Medialand afirmou na ação que “é mais do que evidente a improcedência do pedido, sobretudo porque a liberdade de expressão, artística e de informação, bem como o direito à memória, constituem alguns dos pilares do Estado Democrático de Direito, devendo prevalecer sobre os direitos individuais alegados pelo requerente.

Já a Netflix explicou que a série é feita em “formato de documentário jornalístico”. As imagens de Cristian utilizadas são da cobertura da imprensa na época do caso ou cedidas pela Polícia Civil.

Enquanto isso, a Amazon alegou que o caso Richtofen é “um fato de interesse público” e já teve grande repercussão na mídia.

Guilherme Gurgel[email protected]

Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Escreve com foco nas editorias de Cidades e Variedades no BHAZ.

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