Um delegado de Cuiabá, no Mato Grosso, virou alvo de investigação após entrar armado na casa de uma mulher e levá-la presa, sob xingamentos e ameaças. O episódio aconteceu na segunda-feira (28) em um condomínio de luxo da cidade após a mulher ter supostamente violado uma medida protetiva contra o enteado dele, de 13 anos.
Imagens captadas pelas câmeras de segurança da residência mostram que Bruno França Ferreira arromba a porta junto de outros dois policiais. Ele então manda a mulher deitar no chão e profere xingamentos contra ela e o marido. “Deita no chão, desgraçada”, grita ele em determinado momento.
“Da próxima vez que ela chegar perto do meu filho, eu vou estourar a cabeça dela. Eu vou explodir a cabeça dessa filha da p*t*”, acrescenta ele, enquanto uma criança grita, assustada, ao fundo. A mulher foi conduzida à Central de Flagrantes da Cuiabá e presa em flagrante.
Briga entre adolescentes teria motivado prisão
Ao BHAZ, o advogado da vítima, Rodrigo Pouso, explica que o desentendimento começou após uma briga envolvendo o enteado de Bruno e o filho da cliente dele, também menor de idade. A mulher chegou a mover um processo contra o delegado depois de o filho dela ter apanhado do outro adolescente.
“Nós processamos ele primeiro, mas ficou com raiva, fez um protesto e fez essa medida de proteção para o filho dele. Na segunda, o enteado foi no condomínio dela, ligou para o pai falando que ela tava lá, mas ela estava lá porque mora lá”, disse ele.
O advogado conta ainda ter sido hostilizado por Bruno na delegacia. Em nota, a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), do Mato Grosso, repudiou os ataques. “O delegado da Polícia Civil Bruno França Ferreira proferiu em desfavor do mencionado causídico, palavras de natureza desrespeitosas, afrontosas e não condizentes com o cargo e a função que exerce”, disse a entidade.
Já a mulher, que recebeu voz de prisão em flagrante, foi liberada cerca de duas horas depois. Em nota, a Polícia Civil informou que apura a conduta do delegado. “A instituição informa que tal ação foi de decisão exclusiva da autoridade policial. A Corregedoria da Polícia Civil está apurando os fatos e tomará as medidas legais cabíveis ao caso em questão”, disse a corporação.
