Tentativa de golpe vai de ‘zero a 100’ muito rápido em SP: ‘Largo o golpe pra ficar com você’

golpe
A jovem conta ter se divertido com o rumo inusitado da conversa, mas assume que ficou com medo das ‘investidas’ do rapaz por trás do golpe (Arquivo pessoal)

Uma tentativa de golpe pelo WhatsApp acabou se transformando em xaveco nessa terça-feira (7). Estudante de jornalismo em Bauru, São Paulo, a jovem Priscila Campolim foi surpreendida por uma mensagem que informava sobre uma suposta compra aprovada em seu cartão, mas, ao desmascarar o golpista, a conversa acabou evoluindo “de zero a cem” muito rápido.

“Nossa, Pri, mas você é uma gatinha, ein. Você é essa loirinha mesmo? Jesus amado, até largo o golpe pra ficar com você”, escreveu o criminoso à estudante, após pedir que ela enviasse uma “foto de agora”. Em conversa com o BHAZ nesta quarta-feira (7), a estudante conta ter se divertido com o rumo inusitado da conversa, mas assume que ficou com medo das “investidas” do rapaz por trás do golpe.

“Eu continuei conversando com ele pra ver se ele desistia de me dar o golpe. Tentei uma aproximação porque fiquei com medo. Ele me mandou vários dados pessoais meus, CPF, nome da minha mãe, meu PIS. Fiquei muito assustada”, relata ela.

Golpista teve acesso a vários dados pessoais da jovem (Arquivo pessoal)

‘Desculpa qualquer coisa’

Apesar de inusitada, ganhar a confiança do golpista foi uma estratégia que parece ter dado certo. Em poucas mensagens, o criminoso acabou esquecendo que estava conversando com uma vítima em potencial e começou até mesmo a desabafar com a jovem.

“[Polícia] Civil tá atrás, tá puxado”, disse ele em um momento. Ao final do diálogo, ele pede que Priscila não denuncie o número e chega a pedir desculpas pela tentativa de golpe. “Fica com Deus, toma cuidado. Avisa a família que nós tamo na ‘city’. Fica com Deus, amiga. Desculpa qualquer coisa”, escreveu.

Durante a conversa com a reportagem, a estudante conta que, apesar do sufoco, entende que o caminho do crime nem sempre é uma escolha. Para evitar desgastes com o criminoso, ela preferiu não acionar a polícia para relatar o caso.

“Eu sei que sempre tem um humano por trás. Não vou defender quem faz esse tipo de golpe, mas entendo de certa forma o que leva alguém a fazer isso. Claro que não é o caminho ideal, mas entendo que tem uma pessoa por trás que se tivesse acesso a um emprego de qualidade, não estaria fazendo isso”, disse.

A conversa acabou tomando um rumo inesperado (Arquivo pessoal)
Edição: Roberth Costa
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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