Filho de Bruno Covas reage a Bolsonaro e diz que presidente nunca entenderá o que é amor

Bruno e Tomas Covas
Tomás e Bruno compartilhavam a paixão pelo Santos (Reprodução/@brunocovas/Instagram)

Tomás Covas, de 15 anos, respondeu, nessa segunda-feira (2), à fala do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre seu pai, o ex-prefeito de São Paulo Bruno Covas (PSDB). Segundo a coluna de Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo, o adolescente disse que o presidente fez “uma fala covarde” ao atacar quem não pode mais se defender. Bruno Covas morreu em 16 de maio deste ano, aos 41 anos, após mais de um ano de batalha contra o câncer.

“Lamento a fala dita hoje pelo incompetente e negacionista presidente Bolsonaro. Em uma fala covarde hoje durante a tarde, ele atacou quem não está mais aqui conosco, não dando o direito de resposta ao meu pai. Além disso, cumprimos com todos os protocolos no estádio do Maracanã, utilizando a máscara e sentando apenas nas cadeiras permitidas”, declarou o jovem à jornalista.

O adolescente lamentou as agressões vazias de Bolsonaro contra o pai. “Não é certo atacar quem não está mais aqui para se defender”, complementou. Tomás ainda destacou que o ex-prefeito levou o filho ao estádio, no fim da vida, como uma prova de amor. “Bolsonaro nunca entenderá esse sentimento”, finalizou.

Tomás diz respeito a uma fala de Bolsonaro, nessa segunda-feira (2), sobre o ex-prefeito. O chefe máximo do Executivo se referiu ao político como “o que morreu” e o criticou pelas medidas restritivas contra o novo coronavírus na cidade de São Paulo. “O outro, que morreu, fecha São Paulo e vai ver Palmeiras e Santos no Maracanã. Esse é o exemplo”, disse o presidente.

O ex-prefeito Bruno Covas acompanhou a final da Copa Libertadores de 2020 com o filho. A ida do político foi criticada devido à pandemia de Covid-19 e as medidas restritivas adotadas na capital paulista. Pouco depois da morte do político, o assunto voltou a ser comentado, desta vez causando comoção em milhares de internautas ao perceberem que se tratava de um dos últimos passeios que Covas teria a oportunidade de fazer com o filho.

Quando as críticas surgiram, Bruno chegou a responder, alegando que aquilo era “hipocrisia generalizada”. “Se esse é o preço a pagar para passar algumas horas inesquecíveis com meu filho, pago com a consciência tranquila”, afirmou à época.

Dória e PSDB se pronunciam

Já o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), acusou Bolsonaro de agir de forma covarde. “A desumanidade de Bolsonaro, agredindo de forma covarde Bruno Covas, só demonstra ainda mais sua falta de respeito pelos vivos e pela memória dos mortos”, escreveu Doria nas redes sociais, nessa segunda.

Durante a conversa com apoiadores, o presidente também criticou o governador, pelas medidas adotadas durante a pandemia. “Fecha São Paulo e vai para Miami”, disse, antes de citar Bruno Covas.

O PSDB também se pronunciou depois do ataque direto a dois políticos filiados ao partido. “Não é sem motivos que o presidente está cada vez mais isolado, em direção a ser novamente um representante apenas de um gueto, de um extremo da sociedade”, escreveram, ontem, na rede social.

“Bolsonaro não respeita os vivos, os mortos, as instituições, a democracia, o bom senso. Agora ataca até a memória de Bruno Covas, prefeito eleito por milhões de paulistanos”, destacaram. Em seguida, o partido publicou uma frase de Covas em imagem publicada no Twitter. “É possível fazer política sem ódio, fazer política falando a verdade”.

Edição: Vitor Fernandes

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