Um fóssil humano encontrado em Goiás pode representar um dos primeiros habitantes do serrado do estado brasileiro. A descoberta de pesquisadores no sítio de Serranópolis, sudoeste de Goiás, é datada de quase 12 mil anos.
O esqueleto se encontrava a dois metros de profundidade, perto de mais fósseis e objetos, como dez crânios de mais de um século de existência e carvão. Foi o que informou Julio Cezar Rubin de Rubin, um dos coordenadores da pesquisa, à TV Anhanguera, afiliada da Rede Globo no estado.
O professor afirmou ainda que os primeiros sinais do fóssil de 12 mil anos foram achados em outubro do ano passado. Porém, os restos só foram escavados em março deste ano.
Mais de 20 profissionais de oito instituições brasileiras e estrangeiras participaram da escavação, que foi iniciada em dezembro de 2021. A operação também contou com o apoio da Polícia Federal (PF).
Julio Cezar apresentou os detalhes sobre o trabalho da pesquisa que achou o fóssil em Goiás. “Já havíamos encontrado carvão e um artefato lítico perto do pé desse indivíduo. Há uma cronologia de entre 11.900 e 11.700 anos antes do presente”.
“Ele pode ser mais novo, pois pode estar dentro de uma cova, tinha carvão embaixo dele também. Só a continuidade da pesquisa é que vai definir isso”, prosseguiu.
Com a possível comprovação da idade do fóssil, esses restos mortais humanos podem ficar conhecidos como os mais antigos já achados no centro-oeste do Brasil. Eles estariam situados na mesma época de outros fósseis encontrados entre 1970 e 1990 na região.
De acordo com o professor, ainda existe a possibilidade de encontrar “cultura material, restos alimentares, estruturas de fogueiras e até mais esqueletos” no sítio arqueológico.