Prepare seu bolso. O preço do gás de cozinha para uso residencial de até 13KG (GLP), sofrerá novo reajuste a partir da meia noite de domingo (5). Desta vez o aumento será de 4,5% nas refinarias. Um botijão poderá variar entre R$ 85 a R$ 90 reais, dependendo da região.
Segundo o dono de uma distribuidora de gás, no bairro Gameleira, Renato Baeta, o faturamento dele caiu nestes últimos meses cerca de 50% . ” Apesar de ser um item básico, muitas pessoas param de comprar o gás, buscando outras formas de adquirir o produto, inclusive comprando de revendas ilegais. Esse já é o quinto aumento este ano e as pessoas chegam assustadas com o preço”, comenta ele, que lembra que em 2014 quando abriu o negócio o botijão custava R$ 55 e hoje está quase R$ 35 reais mais caro.
Para o coordenador do site Mercado Mineiro, Feliciano Abreu , o aumento é inacreditável.” Isso afeta em cheio o trabalhador assalariado, pois ele faz mais comida em casa do que qualquer outra classe social”, avalia.
Abreu explica que no início da política de liberação de preços adotada pelo governo Temer, ele acreditou se tratar de algo interessante, mas com os aumentos sucessivos nos derivados do petróleo, o analista de mercado mudou de ideia. ” O que a gente vê é só aumento em cima de aumento. É péssimo para o consumidor e muito ruim para o empresário. Imagine que um revendedor foi lá e comprou todo seu capital por x. Quando ele retornou para vender o produto, no caso o gás, ele estava mais caro e ele teve que aumentar o preço, reduzindo sua margem de lucro. Por outro lado já há famílias com renda mais baixa usando fogueira para cozinhar uma vez que as despesas com luz, gás, supermercado vão consumindo o salário do trabalhador cada vez mais . Com este novo aumento, o valor do botijão chega a 10% do salário do trabalhador”, finaliza.
Em junho deste ano, o governo Temer permitiu a Petrobras aplicar uma nova política de preços, em que o valor do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) é revisado todos os meses. Com o aumento do próximo domingo de 4,5% , o reajuste acumulado chega a 44%. O último aumento, de 12,9%, entrou em vigor no dia 11 de outubro deste ano.
Se a alta for repassada integralmente aos preços finais, o preço do botijão do botijão de 13 Kg, pode ser reajustado, em média, em 2%, cerca de R$ 1,21 por botijão, caso sejam mantidas as margens de distribuição e de revenda e as alíquotas de tributos.
Justificativas e justificativas
A Petrobras justificou o aumento devido a “alta das cotações do produto nos mercados internacionais, influenciada pela conjuntura externa e pela proximidade do inverno no hemisfério norte”. Ainda conforme a companhia, a variação do câmbio também contribuiu para a necessidade do aumento.
A empresa ainda informou que a elevação foi aplicada sobre os preços praticados nas refinarias sem incidência de tributos. Como a legislação brasileira garante liberdade de preços no mercado de combustíveis e derivados, o preço para o consumidor dependerá de cada distribuidora e revendedora.
O reajuste não se aplica ao gás liquefeito de petróleo (GLP) destinado a uso industrial e comercial.
