O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou, em audiência pública na Comissão Temporária da Covid-19 no Senado nesta segunda-feira (21), que 1,5 milhão de doses da vacina da Janssen devem chegar ao Brasil na manhã desta terça-feira (22). Na semana passada, havia uma previsão de chegada de 3 milhões de doses da mesma fabricante, o que não se concretizou.
Segundo Queiroga, o governo federal tinha negociado com a Janssen a antecipação, na semana passada, de três milhões de doses, mas a chegada não foi possível. Hoje, o ministro voltou a confirmar uma vinda do imunizante, desta vez a metade da quantidade prometida anteriormente.
O Brasil tem contratos para obter 38 milhões de doses da Janssen neste ano. As entregas, porém, estavam previstas para ocorrer apenas entre julho e dezembro, por isso, o ministro negocia uma antecipação.
“Em relação à vacina da Janssen, essas vacinas estavam previstas no nosso calendário para o último trimestre do ano. Eram 38 milhões de doses. Inicialmente, negociamos com a Janssen e eles iriam nos antecipar na semana passada três milhões de doses. Lamentavelmente não foi possível a chegada dessas três milhões de doses”, disse Queiroga na Comissão.
O ministro informou que os imunizantes chegarão em São Paulo. “Mas eu já antecipo em primeira mão que amanhã deve chegar no aeroporto de Viracopos, de Guarulhos, 1,5 milhão de doses da vacina Janssen. São vacinas úteis, como as outras, mas essa é uma dose única que permite uma imunização mais rápida”, revelou.
O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, disse que a pasta negocia a chegada de mais doses. “Esse quantitativo que o ministro indicou, de 1,5 milhão de doses, estamos trabalhando ainda para tentar algumas confirmações ainda essa semana para doses adicionais desse novo imunizante, que passará a integrar então o PNI (Programa Nacional de Imunização)”, afirmou.
Vencimento
O Ministério da Saúde vinha dizendo que pretendia acelerar a distribuição caso recebesse a vacina mais cedo. O plano inicial era enviar as doses às capitais, por conta do prazo de validade, mas alguns estados têm dito que pretendem distribuir as doses a mais cidades.
“Vamos seguir o fluxo normal do PNI (Programa Nacional de Imunizações). A questão é somente a logística para diminuir o risco de uma eventual perda das doses”, disse o ministro.
No semana passada, Queiroga descartou problemas na aplicação dessas doses por conta da validade, frisando que o país consegue aplicar até 2,4 milhões de doses ao dia. A situação, porém, gerou preocupação em alguns estados. Inicialmente, as doses tinham data de vencimento de 27 de junho, mas ela foi prorrogada para 8 de agosto pela FDA, agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos.
A vacina fabricada pela Johnson & Johnson é aplicada em apenas uma dose e tem eficácia global de 72%. Já a proteção contra casos graves da doença é de 85%, segundo estudo realizado em janeiro deste ano.
