Um levantamento de dados feito pelo Metrópoles com base no Painel de Compras dos órgãos executivos brasileiros em 2020 apontou um gasto de mais de R$ 1,8 bilhão em alimentos. As informações foram divulgadas nesse domingo (24) e, desde então, a lista de compras das instituições tem levantado críticas na web. Um dos itens mais comentados é o leite condensado, doce favorito de Bolsonaro (sem partido). Somente com esse produto, os gastos totalizaram em mais de R$ 15 milhões.
No estudo dos dados, foram considerados os alimentos que totalizaram mais de R$ 1 milhão pagos. Dentre os itens, estão arroz, feijão, carne, batata frita, salada, biscoitos, sorvete, massa de pastel, leite condensado, geleia de mocotó, picolé, pão de queijo, pizza, vinho, bombom, chantilly, sagu e chiclete.
Os valores de cada categoria de produto são exorbitantes e, para se ter ideia, R$ 2.203.681 totalizam os gastos com apenas chiclete. Os órgãos do Executivo gastaram mais de R$ 14 milhões na compra de molho shoyo, molho inglês e molho de pimenta. Pizza e refrigerante custaram R$ 32,7 milhões aos cofres públicos.
Frutos do mar, comida geralmente bastante apreciada pela elite, ficaram em R$ 6,1 milhões no total. Peixes in natura e em conserva custaram R$ 35,5 milhões, bacon defumado R$ 7,1 milhões e embutidos R$ 45,2 milhões. As sobremesas consumidas pelo governo federal incluem sorvete, picolé, fruta em calda, doce em tablete, cristalizado, para cobertura, granulado ou confeitado. A doçaria totalizou R$ 123,2 milhões.
Ministérios que mais gastaram
Dentre os órgãos que mais gastaram em 2020 com alimentação, o Ministério da Defesa leva medalha de ouro. Ao todo, os alimentos comprados pela instituição ficou em R$ 632 milhões, sendo R$ 2.512.073, 59 apenas em vinhos. Com medalha de prata, o Ministério da Educação é o segundo maior pagante do governo, com o total de R$ 60 milhões. O Ministério da Justiça ficou em terceiro lugar, entretanto as despesas superam a casa dos 2 milhões.
Leite condensado de Bolsonaro
No Twitter, a reação dos internautas não foi nada positiva em relação aos gastos dos órgãos executivos com alimentação em 2020. Muitos apontaram a quantidade de leite condensado comprada, e o alimento está entre os assuntos mais comentados da rede social na manhã de hoje (26). O motivo é a associação direta com o gosto de Bolsonaro, que já declarou preferir comer pão de sal com leite condensado pela manhã.
Outros comentários questionaram o fato de o país estar quebrado, conforme dito por Jair Bolsonaro recentemente e, mesmo assim, os gastos serem exorbitantes. Um internauta chegou a pontuar que os gastos poderiam ser usados na compra de vacinas contra a Covid-19. “Imagina quantas vacinas não daria pra comprar com os 15 milhões que o Bolsonaro gastou com leite condensado em 2020, hein?”. Veja a repercussão:
Bolsonaro gastou 15,6 milhões em leite condensado, apenas no ano passado. Levando em conta o preço médio do leite condensado em 2020, isso daria cerca de 7200 latas por dia. Das duas uma: ou a família Bolsonaro é uma família de ogros, ou tá tendo corrupção no governo sim.
— Monica Benicio (@monica_benicio) January 26, 2021
Dados dos gastos Governo Federal em 2020 começam a sair e são assustadores:
— Bora Conversar Política (@BCPolitica) January 26, 2021
– 50 MILHÕES em condimentos.
– 15 MILHÕES com leite condensado.
– 33 MILHÕES em pizzas.
– 2,2 MILHÕES em chicletes.
– 1,7 MILHÕES em chantilly
O país “ta quebrado” né, @jairbolsonaro ?
INVESTIGUEM!
Na época do PT um ministro caiu porque comprou uma tapioca com cartão corporativo. Agora Bolsonaro gasta R$ 15.641.777,49 só com leite condensado e tá de boa, o importante é que tirou a Dilma.
— Pedro Ronchi (@PedroRonchi2) January 26, 2021
Familícia anticorrupção no poder – Balanço 2020:
— Bolívia Zica (@boliviazica) January 26, 2021
– 15 milhões em leite condensado
– 16 milhões em batata frita
– 13 milhões em barras de cereais
– 12 milhões em ervilha
– 2 milhões em chiclete
– 200 mil mortos por covid
Batata frita embalada: 16,5 milhões
— Thiago Ávila (@thiagoavilabr) January 26, 2021
Leite condensado: 15,6 milhões
Barra de cereal: 13,4 milhões
Ervilha em conserva: 12,4 milhões
Chiclete: 2,2 milhões
Executivo “gasta” em 2020 com “alimentos” 1,8 bilhão de reais enquanto o povo tem negado seu auxílio emergencial de 600 reais!