Guerra entre Rússia e Ucrânia faz preço do petróleo disparar no Brasil e preocupa categoria

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Segundo o Sindtanque-MG, após o início do conflito no leste europeu, o valor do barril de petróleo ultrapassou os R$ 100 pela primeira vez (Geraldo Falcão/Agência Petrobras)

Os impactos da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que completa oito dias nesta quinta-feira (3), já chegaram ao Brasil. Segundo o Sindtanque-MG (Sindicato dos Transportadores de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais), após o início do conflito no leste europeu, o valor do barril de petróleo disparou.

“No dia 24 de fevereiro, logo após o início do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, o barril do Brent – classificação de petróleo – ultrapassou os US$ 100 pela primeira vez. Nesta quinta-feira, o Brent chegou a US$ 112,53. Essa volatilidade tende a elevar ainda mais o valor dos combustíveis no Brasil”, alerta Irani Gomes, presidente do sindicato.

Para definir os reajustes dos valores da gasolina e óleo diesel em suas refinarias, a Petrobras utiliza o Preço de Paridade de Importação. Por essa política, os preços internos costumam subir conforme a valorização das cotações do petróleo e dos seus derivados nos principais mercados mundiais de negociação.

Novos possíveis aumentos no preço dos combustíveis preocupam a categoria. “Nós, brasileiros, não podemos pagar a conta dessa crise. É tarefa da Petrobras e do governo federal tomar as providências para que os preços dos combustíveis não aumentem no país e sacrifiquem ainda mais a todos nós”, acrescenta Irani.

Petrobras diz estar monitorando

No último dia 24, o diretor executivo de Comercialização e Logística da Petrobras, Cláudio Mastella, disse que a companhia está monitorando a evolução da crise entre a Rússia e a Ucrânia. Na ocasião, ele disse não ver impacto na segurança de atendimento aos clientes no Brasil, supridos por refinarias no país e pela importação de outras áreas no mundo. 

Com relação aos preços, entretanto, Mastella enxerga impacto de elevação muito forte na volatilidade dos preços no mercado. “Hoje ocorreu um pico que ainda não se estabilizou”, disse. O mercado todo está observando o que está acontecendo e tentando avaliar as consequências da crise, a partir dos desdobramentos da situação na Ucrânia, disse.

Já o diretor executivo de Refino e Gás Natural, Rodrigo Costa, disse que a Petrobras está acompanhando todo o movimento da nova realidade de suprimentos de gás natural liquefeito dos Estados Unidos para Europa, África e Ásia, em razão da crise entre a  Rússia e a Ucrânia, tendo em vista que parcela significativa do gás importado pelo Brasil vem dos Estados Unidos. 

“O que nós vemos, sim, é um impacto bastante significativo em custos, porque a gente já vê movimentações de precificação de GNL voltando a um patamar de US$ 300 o barril. Patamares extremamente elevados, que trazem uma onerosidade maior ao custo de regaseificação“, explica. 

Edição: Giovanna Fávero
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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