Homem gay dá mata-leão em homofóbico que disse ‘sai da frente, viadinho’ para mulher trans

homem gay reage homofobia
Homem reagiu ao ataque homofóbico e partiu para cima de agressor (Reprodução/Redes sociais)

Um homem gay deu um mata-leão em uma pessoa que proferiu diversos ataques homofóbicos durante um passeio em Balneário Camboriú, litoral de Santa Catarina, na última segunda-feira (11). A drag queen Pikineia fazia um passeio com amigos, quando ela e o grupo foram alvos de homofobia por um desconhecido. Em vídeo gravado pelo grupo, que viralizou neste fim de semana, é possível ouvir o homem se aproximando e gritado: ‘Sai da frente, viadinho’. É sempre válido ressaltar que homofobia é crime previsto por lei.

“Eu parei na frente da roda gigante com a minha amiga, que é uma mulher trans, e falei ‘amiga deixa eu fazer uns clique seus aqui pra você postar no Instagram?’ Aí estávamos eu, ela e mais dois amigos, de repente, eu escuto uma voz falando bem assim: ‘Sai da frente, viadinho, se não eu vou te dar um chute na bunda para você parar na lua'”, começou em entrevista ao Correio.

A artista e os amigos são de Brasília (DF), e estavam passeando na cidade catarinense para comemorar o aniversário da drag, que aconteceu no último dia 9. No momento dos ataques, ela revela que ficou em choque.

“Nós fomos para bem longe dele, só que indo até a passarela, até o final. Nós vimos ainda que o cara ia falando coisas para outras pessoas, mas a gente não ouvia. Ele começou a falar coisa pra mulher, falar coisa pra homem, falar coisa pra todo mundo”, continuou.

Ataques homofóbicos encerrados com mata-leão

O homem, ainda não identificado, seguiu com os ataques e continuou a ofender a artista e os amigos. Contudo, Gabriel Nunes, de 25 anos, que é um homem gay amigo da drag, resolveu intervir e partiu para cima do homofóbico, dando um golpe de mata-leão no agressor.

“Gabriel não aguentou, não gostou e foi empurrando ele e deu um mata-leão, para a gente achar um policial ou um guarda”, relatou Pikineia. Assustado, o agressor foi embora depois do golpe aplicado por Gabriel.

A artista ficou traumatizada com a situação, e acabou passando os outros dias em casa. “Eu fiquei muito assustada porque eu nunca passei por essa situação e só queria voltar pra pousada. Voltamos e aí de noite eu não consegui mais sair, não fui mais pra lugar nenhum. Fiquei na pousada até o dia do retorno, que foi no dia 12 à tarde”, completou.

É crime!

Vale reforçar que homofobia e transfobia são crimes previstos por lei. Eles entram na lei do racismo, já existente há 30 anos e, com isso, as punições são semelhantes. O STF (Supremo Tribunal Federal) criminalizou a homofobia em junho de 2019.

Veja o que é considerado crime:

  • “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito” em razão da orientação sexual da pessoa poderá ser considerado crime;
  • a pena será de um a três anos, além de multa;
  • se houver divulgação ampla de ato homofóbico em meios de comunicação, como publicação em rede social, a pena será de dois a cinco anos, além de multa;
  • a aplicação da pena de racismo valerá até o Congresso Nacional aprovar uma lei sobre o tema.
Vitor Fernandes[email protected]

Sub-editor, no BHAZ desde fevereiro de 2017. Jornalista graduado pela PUC Minas, com experiência em redações de veículos de comunicação. Trabalhou na gestão de redes do interior da Rede Minas e na parte esportiva do Portal UOL. Com reportagens vencedoras nos prêmios CDL (2018, 2019, 2020 e 2022), Sindibel (2019), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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