Um homem recebeu de uma pessoa improvável o alerta de que havia caído em um golpe: o próprio golpista. Após o pagamento de R$ 2,8 mil pela locação de uma casa de praia no Guarujá, o morador de Campinas foi aconselhado pelo suposto locador a não viajar para a cidade.
“Estou entrando em contato para pedir que não vá ao local, pois nada do que conversamos existe, infelizmente é nosso trampo”, escreveu o golpista, que ainda finalizou a mensagem com “Deus abençoe vocês”.
Uma reportagem da EPTV conversou com o agricultor Sérgio Donofre, que sofreu o prejuízo dos golpistas. O homem, que viajaria com mais de 10 pessoas, garantiu ter feito pesquisas para conferir a veracidade do anúncio.
Como funcionou o golpe
Os responsáveis pelo golpe mantinham um perfil no Instagram com mais de 16 mil seguidores, contendo diversas fotos da suposta casa na praia da Enseada, no Guarujá. O amplo local contaria com piscina, mesas, deque, e até chopeira disponíveis para os hóspedes.
O contato com os clientes era feito por WhatsApp, onde o homem se disponibilizava para responder dúvidas. “É uma casa beira-mar, porém, ela não tem acesso direto à praia”, disse o autor do golpe, em um dos áudios enviados a Sérgio. “Eu tenho uma máquina de chope lá, deixo à disposição de vocês”, completou o homem, em outra mensagem.
‘É nosso trampo’
Sérgio havia feito dois pagamentos antecipados para a hospedagem na casa no Guarujá, no total de R$ 2,8 mil. “Quando nós fizemos a reserva, checamos muitas coisas. O endereço, pelo Google Mapas, tinha tudo certinho. Não tinha como duvidar”, afirmou.
Porém, dois dias antes da viagem para a casa no Guarujá, o agricultou recebeu uma mensagem inesperada do responsável pelo golpe. “Bom dia Sérgio, estou entrando em contato para pedir que não vá ao local, pois nada do que conversamos existe”, iniciou o golpista.
“Tudo não passou de golpe, infelizmente é nosso trampo, estou avisando para que não dê viagem perdida… Deus abençoe vocês”, escreveu o estelionatário.
Segundo a vítima, a frustração da família foi grande diante do golpe. No total, 15 pessoas iriam viajar à praia. “Minha irmã veio dos Estados Unidos e iria também”, lamentou Sérgio.
Como denunciar?
Anúncios falsos, perfis fakes e ataques hacker tem sido cada vez mais comuns nas redes sociais. Atualmente, as próprias plataformas possuem canais de denúncia e mecanismos que garantem mais segurança aos seus usuários. No Instagram, por exemplo, é possível denunciar uma conta pela própria plataforma ou preencher esse formulário. As denúncias então passam por uma análise.
Já no WhatsApp, denúncias de perfis falsos ou suspeitos podem ser enviados para o e-mail [email protected]. Em até 48 horas, a empresa se compromete a enviar uma resposta sobre o caso. Dentro do próprio aplicativo, na função de “configurações de contato” é possível escolher entre as opções “denunciar e bloquear” ou só “Denunciar”.
Já pelo Facebook, existem três caminhos. A vítima que teve a conta hackeada poderá realizar o pedido através do help center. Em casos mais graves, em que se fez necessário acionar a justiça, ela pode enviar a ordem judicial de natureza criminal, pela autoridade, através do Portal Records ou encaminhar a notificação extrajudicial para o escritório do Facebook, em São Paulo. O endereço é: Rua Leopoldo Couto de Magalhães Júnior, 700 – 5º Andar – Itaim Bibi – São Paulo/SP.
