Jovem é suspeita de fingir ter leucemia para aplicar golpes em colegas de trabalho

Polícia Civil
A mulher pedia dinheiro para custear os tratamentos (Amanda Dias/BHAZ)

Uma camareira de 26 anos é suspeita de fingir ter leucemia para aplicar golpes em pessoas próximas. A denúncia partiu dos colegas de trabalho, que atuavam junto da mulher em uma pousada de Pirenópolis, em Goiás. O caso é investigado pela Polícia Civil.

De acordo com o delegado Tibério Cardoso, responsável pelo inquérito, a jovem afirmava precisar de dinheiro para custear o tratamento da doença. As vítimas relataram que ela pedia ajuda para fazer exames e comprar remédios. Cerca de 100 pessoas foram lesadas.

“Ela informou que o tratamento era muito caro e o pessoal se compadeceu. Havia cinco anos que ela trabalhava nesse local. Todo mundo se dispôs a colaborar financeiramente com ela”, afirma o delegado.

Tratamento caro

Para ajudar a colega, os demais funcionários realizavam campanhas e faziam doações por Pix. Eles chegaram a organizar uma rifa para ajudar com os custos do tratamento.

Segundo o delegado, a arrecadação era feita a partir de valores determinados. “Ela fazia essa arrecadação para custear esse tratamento conforme o valor alegado. Às vezes, R$ 3.800, às vezes, R$ 4.500, sempre um valor determinado”, diz.

Um grupo de amigas ainda fez uma tatuagem para homenagear a jovem.

(Reprodução/Redes sociais)

Em depoimento, as testemunhas alegaram que a camareira dizia fazer tratamento no Hospital Araújo Jorge, referência no tratamento de câncer em Goiânia. Ela alegava ir à unidade acompanhada de uma amiga, que ninguém mais conhecia e conversava com todos apenas por mensagem de texto.

“A amiga falava com eles que ela estava na sala recebendo a medicação e que a medicação era cara”.

Ele detalhou que a mulher nunca apresentou diagnósticos ou exames que comprovavam a doença e isso levantou suspeitas. “O pessoal desconfiou e entrou em contato no hospital. O hospital disse que não tinha ninguém com o nome dela fazendo tratamento”, explicou Tibério.

Quando receberam a resposta do hospital, os colegas questionaram a camareira. “Após esse dia, ela não voltou mais ao local de trabalho. Essas pessoas se reuniram e decidiram procurar a polícia para apurar esses fatos”, diz.

Investigações

A Polícia Civil apura os valores que cada colega disponibilizou para custear o suposto tratamento de leucemia. A maioria das vítimas são funcionários da pousada, mas há também pessoas do convívio familiar e de fora do local de trabalho.

“São mais de 100 vítimas. É muita gente para ser ouvida e o inquérito vai se estender um pouco em razão disso. Inicialmente, instauramos inquérito policial para apurar o crime de estelionato”, diz o delegado.

“A gente vai apurar esse fato da maneira mais detalhada possível para que o inquérito seja concluído e seja remetido ao Judiciário”.

Edição: Pedro Rocha Franco
Isabella Guasti[email protected]

Jornalista graduada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022 e também de reportagem premiada pelo Sebrae Minas em 2023.

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