O líder religioso João Batista dos Santos foi condenado pla Vara Criminal do Recanto das Emas, no Distrito Federal, a 20 anos e 6 meses de reclusão pelo estupro de uma adolescente de 13 anos, que aconteceu em 2017 e se repetiu pelo menos três vezes. À época, ele argumentou que se tratava de uma forma de “cura gay”, já que a vítima havia contado ser homossexual. A pena foi agravada pela autoridade que ele exercia sobre a menina como bispo da igreja que ela frequentava.
O MPDFT (Ministério Público do Distrito Federal e Territórios) conseguiu a condenação do líder religioso João Batista dos Santos pelo estupro de uma adolescente de apenas 13 anos. A pena foi agravada pela autoridade que o réu exercia sobre a vítima como bispo de igreja frequentada pela jovem. A Vara Criminal do Recanto das Emas definiu a pena em 20 anos e 6 meses de reclusão, reconhecendo a ocorrência continuada do crime por pelos menos três vezes.
Na ocasião do crime, o homem era bispo de igreja, e, nessa função, teria conhecido a vítima, com quem desenvolveu uma relação de confiança e proximidade. A adolescente chegou a compartilhar angústias sobre sua orientação sexual com ele. Segundo a denúncia do Ministério Público do Distrito Federal, mesmo antes dos abusos, o bispo falava que a amava e que iria casar com a adolescente. Depois de a vítima comentar sobre a sua identidade homossexual, ele propôs passar um óleo para ungir seu corpo, argumentando ser uma forma de cura gay.
‘Padrão de ataque’
Após os abusos, a menina começou a ter crises de ansiedade e decidiu relatar a violência. Para o Ministério Público, “é evidente que o ‘modus operandi’ utilizado não é inédito, ou seja, há um padrão de ataque. Depois de ganhar a confiança das vítimas, estas eram levadas a acreditar que poderiam ser curadas com um óleo ungido passado em seu corpo”, ao citar outra sentença condenatória contra o réu, na qual se constata o uso de óleo para tocar o corpo, inclusive nas partes íntimas.
De acordo com a sentença, “a conduta do réu trouxe à vítima problemas de saúde consistentes em crises de ansiedade e do pânico” e ainda provocou episódios de desmaios e necessidade de atendimento psicológico.
O religioso já estava preso preventivamente desde fevereiro. Após o início das investigações, verificou-se que o homem já havia sido condenado duas vezes pelo crime de violação sexual mediante fraude, mas recorreu e respondia aos processos em liberdade. Ele também havia sido absolvido em outros dois processos com denúncias semelhantes.
Com MPDFT