Mario Frias insinua que Paulo Gustavo não morreu de Covid-19 e critica lei com nome do ator

Mario Frias e Paulo Gustavo
Declaração foi feita em live no canal do deputado federal Eduardo Bolsonaro (Reprodução/Youtube + Reprodução/@paulogustavo31/Instagram)

O secretário Especial de Cultura do governo federal, Mario Frias, insinuou que o ator Paulo Gustavo não morreu de Covid-19. A declaração foi feita nessa segunda-feira (14) em live no canal do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL). Já nesta terça-feira (15), o secretário criticou a lei que leva o nome do humorista, que faleceu em maio do ano passado.

Em conversa com o deputado e com André Porciúncula, responsável pela lei Rouanet no governo Bolsonaro, Frias disse que conversou com uma amiga de Paulo Gustavo pouco antes da morte do ator, quando ele estava na UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

“Foi um telefonema bem emocionado, a gente estava ali consternado com a situação do Paulo e tal. E lá pelas tantas do telefonema, ela já chorando, falou: olha, o problema do Paulo já não é Covid há muito tempo”, contou o secretário.

“Veja bem o que eu estou falando: o problema do Paulo já não é Covid já muito tempo. Então, nesse telefonema que eu nunca abri para a imprensa, nunca abri para ninguém, ela disse com todas as letras que o caso, pouco antes do falecimento dele, que já não era Covid”, continuou Mario Frias.

De acordo com o último boletim médico divulgado pela hospital onde Paulo Gustavo estava internado, a causa da morte do humorista foi a Covid-19. Ele passou quase um mês internado com a doença e o quadro clínico se tornou irreversível depois que ele sofreu uma embolia gasosa.

Lei Paulo Gustavo

Na live realizada ontem, os três também falaram sobre a Lei Paulo Gustavo, aprovada pelo Senado no ano passado e que vai para votação na Câmara dos Deputados nesta terça-feira. A lei prevê a liberação de cerca de R$ 3,8 bilhões para a área cultural, como forma de amenizar a paralisação de setor causada pela pandemia.

Já na manhã de hoje, em entrevista à Jovem Pan News, Mario Frias disse que a aprovação da lei “vai ser o Covidão da Cultura”. Segundo ele, a liberação dos recursos para administração dos estados e municípios, em vez do governo federal, pode aumentar a corrupção.

É que a Lei Paulo Gustavo prevê o destrave de parte dos recursos do Fundo Nacional da Cultura e do Fundo Setorial do Audiovisual, voltados para o fomento do setor cultural. Hoje, parte do dinheiro desses dois fundos públicos fica represado devido à Lei de Responsabilidade Fiscal. Ou seja, grande parte desse dinheiro não é destinado a políticas culturais.

“Se a gente recebe os problemas de corrupção na Lei Rouanet, administrada pelo governo federal, você pode imaginar o que vai ser quando o governo se tornar um caixa eletrônico compulsório. A gente vai pegar os fundos e entregar para governadores decidirem o que fazer com esses recursos. Vai ser o Covidão da Cultura“, disse Mario Frias nesta manhã.

Edição: Roberth Costa
Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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