Médico dorme em hospital e paciente morre esperando por atendimento

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No período em que o médico esteve ausente, uma paciente diagnosticada com câncer na laringe morreu depois de aguardar o atendimento (Ministério da Saúde/Divulgação)

Um médico foi preso por homicídio culposo nessa sexta-feira (2) após dormir no Hospital Federal do Andaraí, na Zona Norte do Rio de Janeiro. No período em que ele esteve ausente, uma paciente diagnosticada com câncer na laringe morreu depois de aguardar o atendimento por mais de cinco horas.

Segundo veiculado pelo jornal Extra, o profissional foi liberado após pagar fiança de R$ 10 mil. Em depoimento à Polícia Militar, os familiares disseram que chegaram na unidade com a paciente por volta de 0h30 e que o profissional, inicialmente, teria negado atendimento a ela.

A família então insistiu por conta da urgência do caso e o médico pediu um exame de sangue, que ficou pronto duas horas depois. Após a demora no retorno do médico, a polícia foi acionada e o profissional foi encontrado no alojamento dormindo.

A paciente, ainda segundo os familiares, apresentou uma piora e precisou ser socorrida. Ela chegou a ser levada a uma sala para o atendimento, mas não resistiu.

Caso será investigado

Ainda ao jornal Extra, a família conta que a paciente foi levada, inicialmente, ao Hospital Municipal Souza Aguiar, mas que lá recebeu a orientação para que eles procurassem o Hospital Federal do Andaraí. Em nota enviada ao BHAZ, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio afirmou que a mulher foi atendida, mas que deixou a unidade antes de o resultado dos exames serem emitidos.

“É importante destacar que o tratamento de câncer é feito em unidades especializadas que pertencem às redes federal e estadual, como o Hospital Federal do Andaraí. Às unidades municipais cabe o atendimento dos quadros de emergência”, disse a pasta.

O corpo de Elisângela foi sepultado ainda ontem no cemitério municipal de Mesquita, na Baixada Fluminense. O Hospital do Andaraí, por sua vez, afirma que o caso será investigado internamente. O BHAZ procurou a Polícia Civil para saber os desdobramentos do caso e aguarda o retorno.

Edição: Roberth Costa
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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