Minas já registrou mais de 30 mil golpes por WhatsApp neste ano; saiba como se prevenir

WhatsApp
Estelionato por WhatsApp é o crime cibernético de maior incidência de demandas no MPMG (FOTO ILUSTRATIVA: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Entre janeiro e setembro deste ano, 32.949 ocorrências de estelionato digital por WhatsApp – o famoso “golpe” – foram registradas no estado. Por isso, o MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) informou que está intensificando o trabalho preventivo contra este tipo de crime.

A estatística vem de levantamento preliminar da Coordenadoria Estadual de Combate aos Crimes Cibernéticos (Coeciber), do MP. De acordo com o órgão, o estelionato por WhatsApp é o crime cibernético de maior incidência de demandas na instituição.

Como funcionam os golpes

O MP alerta que um início de conversa que demonstre um conhecimento prévio sobre a vítima, que crie uma relação de confiança com parentes e amigos, acompanhado da foto de contato da suposta pessoa conhecida, é capaz de enganar e causar prejuízos a muita gente.

Normalmente, o criminoso se passa por parente da vítima, trocando mensagens para obter dados e ganhar a confiança dela. Depois disso, ele passa a pedir que ela faça alguma transferência ou depósito, alegando que não consegue acessar um aplicativos ou dando outra desculpa. A vítima, então, acaba fazendo a movimentação financeira solicitada pelo estelionatário.

“Em geral, não se trata de invasão do telefone, do computador ou mesmo do aplicativo. O que ocorre é que os criminosos adquirem ‘pacotes de dados’ no mercado negro, geralmente decorrentes dos vazamentos de bancos de dados de prestadores de serviços e empresas legítimas”, explica o coordenador do Coeciber, promotor de Justiça Mauro Ellovich da Fonseca.

Segundo o especialista, esses bancos de dados contêm nome, data de nascimento, estado civil, endereços, números de telefones, relações familiares e até dados financeiros e outras informações sensíveis de possíveis alvos.

Intensificação dos trabalhos

De acordo com o MPMG, os trabalhos preventivos contra os golpes de WhatsApp estão sendo intensificados em duas frentes.

O Coeciber elaborou um roteiro para orientar os promotores de Justiça de todo o estado com medidas para intensificar o combate ao crime, e produziu um documento com dicas para que o cidadão possa se prevenir e não cair em estelionatos digitais. 

Como evitar os golpes?

Segundo o Coeciber, algumas medidas podem ser suficientes para que o cidadão evite ser vítima dos golpes por WhatsApp: 

  • Não realizar imediatamente pagamentos ou transferências quando houver solicitação por meio do Whatsapp; 
  • Não fornecer dados ou confirmar dados por telefone ou aplicativos não seguros (como Whatsapp, Telegram, etc), ainda que pareçam ser de instituições legítimas; 
  • Restringir as configurações de privacidade de redes sociais, especialmente a da foto de perfil do Whatsapp; 
  • Ativar a verificação em duas etapas em todos os produtos/serviços que possuírem esta funcionalidade (especialmente o Whatsapp). 
  • Alertar parentes e familiares, especialmente os mais idosos, sobre como esse tipo de estelionato vem ocorrendo e ensiná-los a adotar as medidas de prevenção. 

E se eu cair no golpe?

Caso o cidadão tenha sido vítima desse golpe ou alguém tenha tentado aplicá-lo, o Coeciber orienta a adoção das seguintes providências: 

  • Nunca delete a conversa realizada com o criminoso e nem apague qualquer mensagem do diálogo. 
  • Faça a captura de telas (“print screen” ou “print” como é referido popularmente) dessa conversa; 
  • Realize o “backup da conversa” e a “exportação da conversa” para algum e-mail; 
  • Informe imediatamente ao parente ou amigo cuja identidade está sendo usada pelo criminoso para que ele possa avisar terceiros e se precaver das consequências do uso de seu nome e dados; 
  • Faça um Boletim de Ocorrência, constando o número usado pelo criminoso e quaisquer outros dados que ele tenha fornecido (e-mails, chaves PIX, contas bancárias, etc); 
  • Comunique imediatamente seu banco e o banco para o qual os valores foram transferidos, registrando reclamações formais; 
  • Envie um e-mail para [email protected] comunicando a criação de perfil falso, constando o número utilizado pelo criminoso e as capturas de tela (“prints”) realizadas. 

Com MPMG

Edição: Roberth Costa
Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

SIGA O BHAZ NO INSTAGRAM!

O BHAZ está com uma conta nova no Instagram.

Vem seguir a gente e saber tudo o que rola em BH!