Sorveteiro tem energia cortada, faz promoção relâmpago e recebe apoio

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Sorveteiro pediu ajuda nas redes sociais e moradores atenderam prontamente (Reprodução/Instagram/@gelateriademores + Reprodução/WhatsApp)

Moradores de uma cidade no interior de São Paulo se uniram para tentar evitar que a crise gerada pela pandemia da Covid-19 destrua mais um comércio local. Sofrendo com a queda do movimento e sem conseguir pagar as contas, o dono de uma gelateria em Votuporanga, a 500 quilômetros da capital, anunciou uma promoção relâmpago nas redes sociais e, em poucas horas, vendeu mais e 3 mil sorvetes.

Assim como muitos outros brasileiros, Luís Augusto Demori enfrentava problemas para manter o estabelecimento desde o início da pandemia. O problema se agravou ontem (11), quando a energia elétrica do local foi desligada devido à falta de pagamento. Sem muitas opções, ele recorreu às redes sociais para tentar salvar parte da produção.

“Devido à crise que se agravou, eu não consegui manter as contas de energia pagas, então eu tô fazendo uma promoção relâmpago pra não perder todos os sorvetes que a gente tem lá”, disse em um vídeo que foi publicado no Instagram. Sem conseguir segurar a emoção, Luís explicou quais seriam os preços e fez um apelo: “Tem que ser rápido, porque se não o sorvete vai derreter. Eu conto com a colaboração de vocês”.

‘Ainda existem pessoas boas’

Antes que os sorvetes e picolés derretessem completamente, o dono da gelateria foi surpreendido pela fila do lado de fora do estabelecimento. “Eu vendi tudo e não acreditei. Ainda existem pessoas de bom coração. Além dos clientes, o pessoal me ajudou, me deu dinheiro, R$ 100, R$ 200”, disse ao G1. A atitude dos moradores serviu de incentivo neste período difícil: “Ainda existem pessoas boas e dispostas a ajudar, mesmo em uma crise dessa. Eu não tenho palavras para agradecer”.

Pai de três filhos, Luís contou que abriu a gelateria em setembro do ano passado, com uma reserva de dinheiro que a família tinha. Com todas as reviravoltas que aconteceram desde então, o estabelecimento ainda não teve um “respiro”. “Tive algumas dificuldades no começo e, quando tudo estava se ajeitando, veio a pandemia. Fiquei três semanas fechado. Para você ter ideia, eu cheguei a vender R$ 1, R$ 34 por dia”, lembra o dono.

Com a ajuda dos moradores, que compraram 3 mil picolés em um intervalo de três horas, ele conseguiu vencer mais um desafio, mas ainda está longe de se sentir tranquilo: “A conta de energia está em mais de R$ 17 mil. Fiz um parcelamento, mas o valor ainda é muito alto. Para ajudar, me deram uma ordem de despejo, e eu pago o aluguel desse prédio também. Eu estou em um desespero muito grande”.

Giovanna Fávero[email protected]

Editora no BHAZ desde março de 2023, cargo ocupado também em 2021. Antes, foi repórter também no portal. Foi subeditora no jornal Estado de Minas e participou de reportagens premiadas pela CDL/BH e pelo Sebrae. É formada em Jornalismo pela PUC Minas e pós-graduanda em Comunicação Digital e Redes Sociais pela Una.

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