Morre o cantor e compositor Moraes Moreira aos 72 anos

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O cantor e compositor Moraes Moreira morreu na madrugada desta segunda-feira (13), no Rio de Janeiro (Instagram/Reprodução)

O cantor e compositor Moraes Moreira morreu na madrugada desta segunda-feira (13), no Rio de Janeiro (RJ). O artista baiano tinha 72 anos. A causa da morte ainda não é conhecida pela família.

Segundo informou o irmão do cantor, Eduardo Moraes, ao G1, a família ainda não sabe qual a causa da morte. “A gente não sabe direito o que ocorreu. Nem eu, nem as irmãs sabemos”, disse. O corpo do cantor foi encontrado nesta manhã no apartamento em que morava. Ele vivia sozinho, ainda segundo o irmão.

A última postagem do cantor foi no dia 18 de março, em seu Instagram. “Estou aqui na Gávea entre minha casa e escritório que ficam próximos, cumprindo minha quarentena, tocando e escrevendo sem parar”. Após essa mensagem, ele deixou um Cordel intitulado “Quarentena”.

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Oi pessoal estou aqui na Gávea entre minha casa e escritório que ficam próximos,cumprindo minha quarentena,tocando e escrevendo sem parar. Este Cordel nasceu na madrugada do dia 17, envio para apreciação de vocês .Boa sorte Quarentena (Moraes Moreira) Eu temo o coronavirus E zelo por minha vida Mas tenho medo de tiros Também de bala perdida, A nossa fé é vacina O professor que me ensina Será minha própria lida Assombra-me a pandemia Que agora domina o mundo Mas tenho uma garantia Não sou nenhum vagabundo, Porque todo cidadão Merece mas atenção O sentimento é profundo Eu não queria essa praga Que não é mais do Egito Não quero que ela traga O mal que sempre eu evito, Os males não são eternos Pois os recursos modernos Estão aí, acredito De quem será esse lucro Ou mesmo a teoria? Detesto falar de estrupo Eu gosto é de poesia, Mas creio na consciência E digo não a todo dia Eu tenho medo do excesso Que seja em qualquer sentido Mas também do retrocesso Que por aí escondido, As vezes é o que notamos Passar o que já passamos Jamais será esquecido Até aceito a polícia Mas quando muda de letra E se transforma em milícia Odeio essa mutreta, Pra combater o que alarma Só tenho mesmo uma arma Que é a minha caneta Com tanta coisa inda cismo…. Estão na ordem do dia Eu digo não ao machismo Também a misoginia, Tem outros que eu não aceito É o tal do preconceito E as sombras da hipocrisia As coisas já forem postas Mas prevalecem os relés Queremos sim ter respostas Sobre as nossas Marielles, Em meio a um mundo efêmero Não é só questão de gênero Nem de homens ou mulheres O que vale é o ser humano E sua dignidade Vivemos num mundo insano Queremos mais liberdade, Pra que tudo isso mude Certeza, ninguém se ilude Não tem tempo,nem.idade

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Fãs aproveitam esse último post para deixar mensagens de adeus ao cantor e conforto à família. “Vá com Deus, que os irmãos da Luz te abracem nesse momento… muito triste mesmo”; “Boas lembranças dos meus Carnavais na avenida! Riqueza da nossa cultura. Descanse em paz”; e “Deus coloque sua alma em um bom lugar e conforte familiares e amigos” foram alguns dos comentários.

Nas redes sociais, personalidades também se despediram do artista. Veja a repercussão:

https://twitter.com/pablovillaca/status/1249713599255363586

Carreira

Moraes Moreira iniciou a carreira tocando sanfona nas festas de São João e outros eventos em Ituaçu, na Bahia. Aprendeu a tocar violão ainda na adolescência. Mudou-se para a Salvador, onde conheceu Baby Consuelo, Pepeu Gomes, Paulinho Boca de Cantor e Luiz Galvão, e formou o conjunto Novos Baianos, no qual ficou de 1969 até 1975.

Após sair do grupo, foi para a carreira solo. Foram mais de 60 discos lançados entre carreira solo, Novos Baianos, Trio Elétrico Dodô e Osmar, além da parceria com Pepeu Gomes.

Vitor Fernandes[email protected]

Sub-editor, no BHAZ desde fevereiro de 2017. Jornalista graduado pela PUC Minas, com experiência em redações de veículos de comunicação. Trabalhou na gestão de redes do interior da Rede Minas e na parte esportiva do Portal UOL. Com reportagens vencedoras nos prêmios CDL (2018, 2019, 2020 e 2022), Sindibel (2019), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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