MP recorre de decisão que soltou Monique Medeiros, mãe de Henry; defesa fala em fake news

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De acordo com o recurso, Monique Medeiros usou redes sociais e mentiu sobre ameaças na cadeia (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

O MPRJ (Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro) recorreu contra a decisão que flexibilizou a prisão preventiva de Monique Medeiros, denunciada como uma das responsáveis pela morte do filho, Henry Borel. Um dos motivos seria o envolvimento da mulher “em postagens nas redes sociais, apesar de proibição pelo juízo em sua decisão”. Segundo O Globo, os advogados da ré defendem que a publicação no Instagram não foi feita por ela, mas sim por uma página não oficial de apoio à professora.

O recurso assinado pelo promotor Fábio Vieira foi interposto pela 2ª Promotoria de Justiça junto ao II Tribunal do Júri da Capital e destaca que a denúncia imputa a Monique e ao seu então namorado, “Dr. Jairinho”, a responsabilidade pela morte de Henry “por uma conduta deliberada, em que se sabia ou se poderia prever o resultado”.

“Segundo a inicial, o acusado Jairo pratica uma ação, enquanto a acusada Monique se omite e assim permite o resultado, o óbito. Pergunta-se: será uma conduta pior do que a outra? Será que podemos separar os dois personagens responsáveis pela morte do pequeno Henry, de acordo com uma escala, a qual permite aferir a intensidade de suas responsabilidades e a intensidade da reprovação de suas condutas? Ambas as condutas tiveram o mesmo grau de periculosidade e concorreram de igual maneira para a violação do bem protegido, qual seja, a vida”, diz o texto.

Monique quis ‘atrapalhar Justiça’

Monique foi solta na noite do dia 5 de abril, sendo orientada a colocar uma tornozeleira eletrônica para monitoramento. Em representação, o MP defende que, antes da prisão, Monique coagiu a ex-babá do filho a apagar mensagens no WhatsApp para se safar da cadeia. Desse modo, a Promotoria pontua que a preocupação da ré após a morte nunca foi a obtenção de justiça, mas sim livrar-se de ser apontada como responsável pelo crime.

“Tal expediente demonstra a disposição da acusada em embaraçar a colheita de provas, sendo certo que esta colheita, tratando-se de processo afeto ao Tribunal do Júri, perdura até o dia do julgamento em plenário. Não houve mudança em relação a este cenário, que por si só já autoriza a manutenção da prisão de Monique”, afirma o promotor Fábio Vieira em outro trecho.

O texto também contesta um relato de Monique, em que ela afirma ter sido ameaçada na prisão. Segundo a Promotoria, é certo que a integridade física dela permaneceu a mesma. “Imagine-se soltar todos que alegam estar sendo ameaçados quando estão no cárcere. Imagine-se, ainda, acreditar nessa alegação quando não vem com nenhuma comprovação a não ser a própria palavra de quem alega”, diz o MP.

Defesa alega fake news

Além das outras observações, Monique teria se envolvido em postagens veiculadas em suas redes sociais, mesmo após proibição do juízo, sob pena de restabelecimento da prisão. Os advogados de defesa da professora negam a afirmação, alegando que uma estudante de São Paulo é a autora do post.

Ainda de acordo com O Globo, a postagem foi publicada na página de Instagram “Monique Inocente“, que tem mais de 5.300 seguidores e mostra imagens e textos de apoio à mãe de Henry. Uma publicação feita na última quarta-feira (7), horas após Monique deixar a prisão, agradece aos advogados Hugo Novais e Thiago Minagé pela soltura, com os escritos “A justiça tarda, mas não falha”.

Confira prints divulgados no recurso do Ministério Público:

Ministério Público recorre de decisão que soltou Monique Medeiros (MPRJ/Divulgação)

Com MPRJ

Edição: Roberth Costa
Nicole Vasques[email protected]

Jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), escreve para o BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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