Censo 2022: Mulheres são maioria em todas as regiões do Brasil pela 1ª vez em cinquenta anos

pessoas andando na rua
Mulheres são maioria no Brasil segundo novos dados divulgados pelo IBGE (Agência Brasil/Tomaz Silva)

As mulheres são maioria em todas as grandes regiões do Brasil, pela primeira vez em 50 anos, segundo o Censo 2022. O RJ sai na frente como o estado com a menor proporção de homens do país. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou os resultados nesta sexta-feira (27).

Faltava apenas a região Norte para consolidar a tendência de predominância feminina no Brasil. Das 203.080.756 pessoas no país, 104.548.325 (51,5%) são mulheres e 98.532.431 (48,5%) são homens, de acordo com o Censo Demográfico 2022.

Esse quantitativo mostrar que há 6.015.894 mulheres a mais do que o número de homens. O IBGE considera para o registro o sexo biológico do morador atribuído no nascimento.

Como o IBGE calcula a proporção?

O principal indicador usado pelo IBGE nessa categoria censitária é o “razão de sexo”. Ele leva em consideração o número de homens em relação ao de mulheres. Caso o número seja menor do que 100, há mais mulheres. Se for maior do que 100, há mais homens.

Em 1980, havia 98,7 homens para cada 100 mulheres. Já em 2022, a proporção passou a ser de 94,2 homens para cada 100 mulheres no Brasil.

Em se tratando de regiões do país, a razão de sexo no Norte era de 103,4, em 1980. No Censo de 2010, foi para 101,8. Agora, é de 99,7. No Sudeste, considerando os mesmos anos, passou de 98,9 para 94,6 e agora é 92,9.

Quanto maior a faixa etária, mais mulheres

Quando se consideram os grupos etários no Brasil, a proporção de homens é maior entre o nascimento e os 19 anos de idade. Entre 25 e 29 anos, o número de mulheres se torna maior, e a proporção continua crescendo conforme as idades avançam.

Conforme o IBGE, a diferença inicial se dá pelo maior número de nascimentos de crianças do sexo masculino. A mudança na idade adulta acontece pelas maiores taxas de mortalidade entre homens na juventude.

“As causas de morte dessa população jovem masculina estão relacionadas às causas não naturais. Que são as causas violentas e os acidentes que acometem mais a população entre 20 e 40 anos de idade”, diz Izabel Guimarães, pesquisadora do IBGE.

Rio de Janeiro tem mais mulheres

Os resultados por estados mostram que o RJ é a que tem a maior proporção de mulheres. A razão de sexo do estado é de 89,4 homens para cada 100 mulheres. Isso significa que, dos 16.055.174 de habitantes, 8.477.499 (52,8%) são mulheres e 7.577.675 (47,2%) são homens.

Na sequência, vem o Distrito Federal (91,1), Pernambuco (91,2), Sergipe (91,8) e Alagoas (91,9).

Já na lista de estados com maior proporção de homens, o Mato Grosso lidera a lista com a razão de sexo de 101,3 homens para cada 100 mulheres. Isso corresponde a 1.817.408 (49,7%) mulheres e 1.841.241 (50,3%) homens, dos 3.658.649 habitantes.

Somente outros três estados brasileiros têm predomínio masculino na população, sendo eles Roraima, Tocantins e Acre.

Por município

Ainda, o Censo Demográfico leva em consideração o sexo da população em cada município. O número de habitantes em cada um deles influencia diretamente na diferença entre homens e mulheres. Quanto mais populosas são as cidades, maior é a presença feminina.

Em municípios com até 5 mil habitantes, a razão de sexo é, em média, de 102,3 homens para cada 100 mulheres. A diferença começa nas cidades que têm entre 20 mil e 50 mil habitantes, com razão de sexo de 98,4. Aqueles que possuem mais de 500 mil, o indicador é 88,9.

Na lista de cidades com maior razão de sexo, nove delas são em São Paulo:

  • Balbinos: 443,64 homens para cada 100 mulheres;
  • Lavínia: 286,63;
  • Pracinha: 250,27;
  • Iaras: 209,51;
  • Álvaro de Carvalho: 204,5;
  • Pacaembu: 195,35;
  • São Cristóvão do Sul: 184,57;
  • Florínea: 181,92;
  • Serra Azul: 178,54;
  • Marabá Paulista 165,72.

“Esse número maior de homens vai acontecer em muitos municípios com uma população carcerária grande. Ela é contada por meio dos domicílios coletivos no Censo Demográfico e, em Balbinos e outros municípios principalmente, de São Paulo, a razão de sexo vai ser muito alta por causa dessa população que vive em presídios masculinos”, destaca Izabel.

Dentre os municípios com menor razão de sexo, Santos, em São Paulo, sai na frente com 82,89 homens para cada 100 mulheres. Atrás vêm Logo vêm Salvador-BA (83,81), São Caetano do Sul-SP (84,09), Niterói-RJ (84,53), Aracaju-SE (84,81), Recife-PE (84,87), Olinda-PE (84,89), Porto Alegre-RS (85,24), Vitória-ES (86,18), Águas de São Pedro-SP (86,45).

BH é cidade mineira com maior proporção de mulheres

Belo Horizonte é a cidade mineira com maior proporção feminina em relação à masculina, segundo o Censo 2022 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Além disso, as mulheres são maioria em toda a população mineira, seguindo a tendência nacional.

De acordo com o índice, são 86, 77 homens a cada 100 mulheres em Belo Horizonte, sendo o menor número em todo o estado mineiro. Em seguida, estão Juiz de Fora (88,68) e Além Paraíba (89,47).

Já no sentido oposto (proporção de homens maior em relação à de mulheres) estão Conceição das Pedras (114,55 homens), Vargem Bonita (114,30 homens) e Joaquim de Bicas (114,19 homens).

Arreda pra cá

Em meio aos passos apressados, estresse e correria de um dia comum no Centro de BH, é cada vez mais comum ver pessoas parando rapidamente e olhando para o alto. Não por causa do céu, mas sim para observar as obras gigantes pintadas nas laterais de diversos prédios da região.

As famosas empenas, como são chamadas as laterais sem janela dos prédios, são parte do Cura (Circuito Urbano de Arte), festival de arte urbana que enriquece as ruas de Belo Horizonte e leva arte para todos. E uma das idealizadoras do projeto está no Arreda pra Cá, o podcast do BHAZ.

No podcast, Giovanna Fávero e Asafe Alcântara vão receber dez convidados de diversas áreas que impactam e transformam Belo Horizonte para um papo sobre vida e carreira. Desta vez, quem passa pelo nosso sofá é Janaína Macruz, que se uniu às artistas Priscila Amoni e Juliana Flores para criar o Cura, em 2017.

Veja a entrevista completa:

Com Agência Brasil

Edição: Lucas Negrisoli
Andreza Miranda[email protected]

Graduada em Jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2020. Participou de duas reportagens premiadas pela CDL/BH (2021 e 2022); de reportagem do projeto MonitorA, vencedor do Prêmio Cláudio Weber Abramo (2021); e de duas reportagens premiadas pelo Sebrae Minas (2021 e 2023).

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