Um padre de Nerópolis, na região metropolitana de Goiânia, tirou a batina e abandonou uma missa por causa de uma discussão política com fiéis, nesse domingo (6). O pároco Danillo Neto teria pedido que os eleitores de Lula (PT) deixassem o local.
O caso ocorreu na Paróquia Imaculado Coração de Maria e foi divulgado pelo portal Mais Goiás. Segundo a página, o padre, eleitor de Jair Bolsonaro (PL), teria discutido com uma mulher que votou em Lula, eleito presidente no último domingo.
Depois de ler um salmo, o religioso teria pedido para quem “fez o L” deixar a igreja, e ele e a mulher começaram a discutir. Ele voltou a mandar os fiéis eleitores de Lula deixarem o local, mas como ninguém cumpriu a ordem, ele mesmo deixou a missa.
“É? Então beleza, vocês não precisam de padre? Então estou deixando a paróquia”, diz ele em vídeo que circula nas redes sociais, enquanto tira a batina.
Padre tira batina e abandona missa após brigar com eleitores de Lula pic.twitter.com/L2m7C15ikf
— BHAZ (@portal_bhaz) November 7, 2022
Padre se pronuncia
Em stories publicados no Instagram, o padre Danillo Neto deu sua versão do ocorrido. Ele, que se define na rede social como um homem “de direita e anti-comunismo”, disse alertar a comunidade sobre “o mal” do regime comunista há tempos.
“Ontem em minhas homílias não falei nada de política. Mas quando fui celebrar a última missa havia um grupo de jovens em frente à igreja, marginais que estavam vendendo droga. Eu os questionei e eles disseram: ‘faz o L, padre'”, diz a publicação.
O pároco diz ter ficado com muita raiva e, logo em seguida, entrou na igreja dizendo: “gente, está errado, será que vocês não veem isso?”. Ainda segundo o relato dele, uma mulher saiu do fundo dizendo que não precisava de padre.
“Outra também disse esses dias que não precisava de doutrina. Aí eu deixei tudo porque não tenho mais estrutura. Se eu não posso pregar a verdade, então para que ser padre?”, finaliza.
Diocese lamenta
A Diocese de Anápolis também divulgou comunicado lamentando o ocorrido. De acordo com a nota, o bispo diocesano Dom João Wilk está acompanhando pessoalmente a situação e tomará as devidas providências.
“Reiteramos a posição não partidária da Igreja e repudiamos qualquer ato de intolerância. Rogando ao Senhor Deus pela unidade e a paz, a Diocese de Anápolis convida os fiéis a rezar pelo sacerdote e pela comunidade”, finaliza.