Peça teatral com pênis gigante em escola gera polêmica: ‘pega, pega minha rola’

Reprodução/YouTube

Uma peça teatral que ocorreu em Planaltina, no Distrito Federal, tinha o objetivo de discutir a sexualidade, com a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e à gravidez na adolescência. Porém, a presença de um “pênis gigante” e os cânticos “pega, pega minha rola”, feitos pelos atores responsáveis, causou constrangimento à direção do Centro de Ensino Fundamental 03 de Planaltina.

Aproximadamente 150 estudantes, de 14 a 16 anos, viram a peça de teatro na manhã dessa terça-feira (8), intitulada “O Auto da Camisinha”, da Hierofante Companhia de Teatro, de Ceilândia. No momento em que as fotos e vídeos da apresentação começaram a ser compartilhados, começou-se uma grande revolta por parte de pais e outras pessoas. Alguns comentários eram favoráveis à peça, dizendo que era uma ferramenta pedagógica para falar dos temas nas instituições de ensino.

A coordenação da escola disse que foi pega de surpresa no momento da apresentação, já que não havia sido comunicada sobre o conteúdo da peça. A escola afirma que a ideia era promover, de forma lúcida, a discussão de problemas envolvendo a saúde sexual.

“Ressaltamos que o tema faz parte do currículo oficial da Secretaria de Educação e a parceria primava pela informação no contexto educacional. Ao tratar do tema orientação sexual, busca-se considerar a sexualidade como algo inerente à vida e à saúde, que se expressa desde cedo no ser humano”, diz trecho de nota da escola.

Ainda de acordo com o CEF 03, “engloba o papel social do homem e da mulher, o respeito por si e pelo outro, as discriminações e os estereótipos atribuídos e vivenciados em seus relacionamentos, o avanço da Aids e da gravidez indesejada na adolescência, entre outros, que são problemas atuais e preocupantes. Em nenhum momento o material entregue pela companhia teatral explicitava cenas com teor pornográfico. A escola não teve acesso prévio às imagens, figurinos e trilha sonora utilizadas na apresentação. Somente o roteiro da peça foi disponibilizado não se evidenciando, em nenhum momento, um teor pornográfico ou de incentivo à prática sexual”.

De acordo com nota da Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF), “houve um erro, por parte da direção do CEF 03 de Planaltina, ao permitir, sem avaliação prévia de conteúdo, uma apresentação de teatro com a temática de prevenção de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e gravidez na adolescência”. O órgão ainda reforça que “a peça foi sugerida pela própria companhia de teatro, não houve custo para a escola e também não foi submetida à análise da pasta.”

A companhia de teatro afirmou que “esse espetáculo existe há 20 anos e já foi encenado mais de 600 vezes, inclusive em outros países. Ele é interpretado em cordel de forma lúdica para falar sobre a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e não tem nada de vulgar. Não queríamos usar um órgão sexual do tamanho natural justamente para evitar essa vulgarização”.

Sobre a música “A Rolinha”, de Selma do Coco, de 1996, os organizadores dizem que tema de Carnaval no ano seguinte ao lançamento e não tem malícia, da forma como foi divulgado e que processarão os responsáveis pela divulgação do vídeo. “As pessoas distorcem o espetáculo sem antes mesmo conhecê-lo. Somos simples e diretos para atingir os adolescentes. A peça é aberta e quem quiser se retirar não tem problema, mas não é isso que ocorre. Os jovens gostam”, diz Anderson Floriano produtor, diretor, gestor e ator da companhia teatral.

Vitor Fernandes[email protected]

Sub-editor, no BHAZ desde fevereiro de 2017. Jornalista graduado pela PUC Minas, com experiência em redações de veículos de comunicação. Trabalhou na gestão de redes do interior da Rede Minas e na parte esportiva do Portal UOL. Com reportagens vencedoras nos prêmios CDL (2018, 2019, 2020 e 2022), Sindibel (2019), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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