Petiscos contaminados: Polícia Civil indicia quatro membros da Tecnoclean por intoxicação de cães

Petiscos de Cachorro
Os indiciados podem sofrer pena de 10 a 15 anos de reclusão (IMAGEM ILUSTRATIVA: Banco de imagens/Pixapay)

Quatro membros da Tecnoclean foram indiciados pela Polícia Civil por falsificação na produção de petiscos que mataram 14 cães no estado de Minas Gerais. A decisão foi divulgada pelo órgão nesta segunda (5).

De acordo com a delegada Danúbia Quadros, o crime é considerado hediondo e a pena varia de 10 a 15 anos de reclusão.

As investigações concluíram que a causa das contaminações foi a incorreta identificação de lotes de monoetilenoglicol (substância tóxica para animais e humanos) como se fossem propilenoglicol (utilizado na indústria alimentícia)

“Durante as investigações, foi constatado que a empresa Tecnoclean repassou para a fabricante Bassar um produto como sendo de grau alimentício um produto que era de grau técnico”.

Para ela, a empresa assumiu o risco. “Independentemente se é uma prática comum nesse mercado, a Polícia Civil entende que a empresa assumiu o risco do resultado quando possivelmente trocou os rótulos”, disse.

A reportagem entrou em contato com a Tecnoclean, mas não obteve resposta até o momento sobre o indiciamento e a morte do cães. A matéria será atualizada assim que houver um posicionamento.

Investigações

As investigações acerca das mortes dos animais começaram em agosto deste ano. Durante este período, a Polícia Civil e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) estudaram os fatos que envolviam as contaminações.

Em 23 de novembro, o Mapa tornou pública a informação de que a causa das contaminações foi a rotulagem incorreta dos insumos.

“A incorreção desta identificação levou ao uso de produto extremamente tóxico na fabricação de petiscos, em quantidades muito acima das doses que são consideradas fatais”, afirma o órgão.

O Mapa também realizou cerca 120 fiscalizações entre comerciantes, fabricantes e distribuidores. Nem todas as empresas fiscalizadas foram interditadas completamente. A interdição se deu apenas nos processos referentes aos produtos identificados com a contaminação por monoetilenoglicol.

Ao longo das investigações, o Mapa determinou o recolhimento de produtos de seis empresas produtoras dos petiscos:

  • BASSAR INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA
  • PEPPY PET INDUSTRIA E COMERCIO DE ALIMENTOS PARA ANIMAIS LTDA
  • UPPER DOG COMERCIAL LTDA
  • PETITOS IND E COM DE ALIMENTOS PARA ANIMAIS LTDA
  • PETS MELLON INDÚSTRIA DE PRODUTOS PARA ALIMENTACAO ANIMAL LTDA

Todas as empresas tiveram que recolher os produtos contaminados, procedendo à sua destruição. 

Em Minas Gerais, 14 cães morreram intoxicados depois de comerem petiscos da Bassar, mas a Polícia Civil informa que em todo o brasil esse número ultrapassa 50.

Edição: Pedro Rocha Franco
Isabella Guasti[email protected]

Jornalista graduada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022 e também de reportagem premiada pelo Sebrae Minas em 2023.

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