Polícia prende suspeito de estar envolvido em desaparecimento de jornalista e indigenista

jornalista e indigenista
Os profissionais vinham recebendo ameaças (Reprodução/Twitter + Bruno Jorge/Funai)

A Polícia Militar prendeu, nessa terça-feira (7), um suspeito pelo desaparecimento do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, do jornal The Guardian no Brasil. Trata-se de um homem conhecido como Amauri, que teria um histórico de ameaças a indígenas. As informações são de Míriam Leitão, para o jornal O Globo.

Conforme a colunista, havia uma pressão para que o suspeito fosse solto, por não haver prova de crime. Ele foi, contudo, preso em flagrante devido a uma série de ameaças que já fez a indígenas na região.

Ainda de acordo com O Globo, a PF (Polícia Federal) deteve dois pescadores também suspeitos de envolvimento no caso. “Churrasco” e “Jâneo” foram levados à cidade de Atalaia do Norte para prestar esclarecimentos à Polícia Civil. Eles foram liberados no mesmo dia.

O caso

Bruno Pereira e Dom Phillips chegaram na sexta-feira no Lago do Jaburu, nas proximidades do rio Ituí, para que o jornalista visitasse o local e fizesse entrevistas com a população indígena da região.

Segundo a Unijava, os dois deveriam retornar nesse domingo (5) para a cidade de Atalaia do Norte por volta de 9h da manhã, após parada na comunidade São Rafael, para que o indigenista fizesse uma reunião com uma pessoa da comunidade apelidado de “Churrasco”.

“A última informação de avistamento deles é da comunidade São Gabriel – que fica abaixo da São Rafael – com relatos de que avistaram o barco passando em direção a Atalaia do Norte. Às 16h, outra equipe de busca saiu de Tabatinga, em uma embarcação maior, retornando ao mesmo local, mas novamente nenhum vestígio foi localizado”, diz a nota da organização.

Polícia Federal investiga

Ainda segundo a Univaja, Bruno Pereira, que faz parte do quadro da Fundação Nacional do Índio (Funai), é pessoa “experiente e profundo conhecedor da região”. Os dois viajavam com uma embarcação nova, com combustível suficiente para a viagem.

A equipe vinha recebendo ameaças em campo na semana do desaparecimento, segundo relato dos colaboradores da organização. O MPF (Ministério Público Federal) instaurou, nessa segunda, um procedimento administrativo para apuração do desaparecimento. A Polícia Federal também investiga o desaparecimento.

Nicole Vasques[email protected]

Jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), escreve para o BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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