Um policial militar aposentado virou réu por tentativa de feminicídio após perseguir a ex-mulher com uma arma para tentar matá-la, em Sorocaba (SP). O MPSP (Ministério Público do Estado de São Paulo) ofereceu a denúncia, e a Justiça acatou. O caso aconteceu em outubro do ano passado, e o homem segue preso desde então.
Segundo o G1, o policial aposentado, de 55 anos, tentou caçar a ex-mulher no trabalho dela logo depois da audiência de divórcio. Antes da perseguição, a mulher, que tinha medida protetiva, viu que o ex-marido havia chegado armado, e tentou ligar para a polícia.
“Peguei o celular para ligar para o 190. Quando comecei a discar, eu o vi levantando a camisa e sacando a arma. Gritei que ele estava armado e aí ele fez o disparo. A arma deu problema no pente e engatilhou. Chutou outras duas portas e apontou a arma para outras pessoas”, contou a vítima.
Vítima consegue se esconder
A mulher correu e subiu para outro cômodo, enquanto o policial aposentado entrou no refeitório e apontou a arma para uma funcionária, perguntando pela ex-mulher. O homem fugiu da loja e acabou sendo preso alguns dias depois. Ele estava separado da ex-esposa há quatro meses. Veja imagens da perseguição:
Homem teve pedido de liberdade negado
A vítima não ficou ferida, e a Delegacia de Defesa da Mulher ficou encarregada da investigação do caso. O homem teve o pedido de liberdade negado pela Justiça em janeiro e, por isso, permanece preso.
Ainda de acordo com o G1, o policial aposentado insistiu em falar com a mulher através de um aplicativo de mensagens, mesmo com ela ignorando as tentativas de contato. Nas mensagens, ele pediu: “Não arrume ninguém. Promete?”. O ataque aconteceu dias após o contato.
Relacionamento abusivo
Conforme a vítima contou, o casamento de três anos chegou ao fim por ter sido um relacionamento abusivo. O homem ainda insistia em mandar mensagens e fazer ligações mesmo após a separação. Por conta disso, a mulher havia conseguido uma medida protetiva de urgência na Justiça, e uma audiência para separação.
“Durante a audiência online da separação, eu acatei tudo, aceitei a partilha. Em um momento ele começou a chorar. Pela localização do escritório do advogado, eu acho que ele saiu de lá e foi direto para a loja”, contou a vítima à época.
Ela relatou sobre como se sentiu no momento da perseguição: “Pensava nas minhas filhas. Foi um livramento, porque vi ele passando na porta e por segundos consegui me esconder. Achei que ia morrer naquele momento. Um verdadeiro horror”.
