VÍDEO: Professora diz que ser homossexual é ‘impuro’ e revolta alunos; caso é investigado

professora ser homossexual
Fala aconteceu durante aula para alunos do 1º ano do ensino médio (Reprodução/Redes sociais)

Uma professora de um colégio municipal de Posse (GO) foi filmada durante aula dizendo para estudantes que ser homossexual é algo “impuro”. O caso é investigado pela Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Posse, e gerou revolta dos alunos.

“Se você é homem, foi feito para mulher e mulher para o homem. E o que foge disso é impuro”, falou a professora. Alunos que estavam na sala ficaram indignados com a fala da docente Maria Elizete Anjos. Segundo a professora, ela não agiu de forma preconceituosa.

O vídeo foi gravado na última quinta-feira (11), durante uma aula de inglês para estudantes do 1º ano do ensino médio. A professora diz que muitas vezes os adolescentes ficam confusos em relação à sexualidade por conta de hormônios, e que se relacionar com pessoas do mesmo sexo é errado.

“Olha no espelho, tira a roupa. Olha no espelho, você é mulher. E mulher fica com homem. A opinião de Maria Elizete. Qual a opinião de um homem ficar com homem e mulher ficar com mulher? Qual o problema? Todos os problemas!”, falou a professora. Ela continua falando e diz que, se quiserem chamá-la de homofóbica, podem chamar.

‘Meus sinceros pedidos de desculpas’

Por meio de nota enviada ao g1, a professora disse que “não são verdadeiros os supostos comentários homofóbicos atribuídos a mim”. Ela afirma que sempre lutou e prezou para que todos sejam respeitados, seja pelas suas condições, palavras e pensamentos.

“No caso concreto ao se analisar atentamente todo o contexto e os diálogos, em momento algum quis constranger ou macular qualquer pessoa, gênero ou grupo de pessoas. Ainda que eventualmente possa ter escolhido mal algumas palavras, em momento algum estas se amoldam ao reprovável conceito de homofobia”, afirmou.

Antes de finalizar, ela pede desculpas. “Transmito meus sinceros pedidos de desculpa a quem tenha se ofendido, e me mantenho sempre a disposição para o diálogo e ao debate crítico e honesto”, disse.

Investigação

A Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Posse informou, também por meio de nota (leia abaixo na íntegra), que recebeu os vídeos gravados pelos alunos e investiga o caso.

“A Secretaria Municipal de Educação e Cultura não compactua com quaisquer manifestações de preconceito ou discriminação decorrente da orientação sexual, raça, credo, origem étnica, posicionamento político ou grupo social”, diz trecho da nota.

O órgão informou que foi realizada reunião pela direção do colégio na qual participaram a professora, pais e alunos que, acompanhados de seus responsáveis legais, foram ouvidos.

A secretaria ainda diz que “adotará todas as medidas cabíveis para apurar os fatos e reforçará por meio de suas políticas pedagógicas um programa de combate ao preconceito, à homofobia e outras formas de discriminação”.

Além disso, o órgão se colocou à disposição “frente às instituições da esfera jurídica colaborando com as autoridades, caso necessário”.

Nota da Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Posse

“Em relação ao caso na qual uma servidora do quadro de funcionários da Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Posse-GO aparece em vídeo gravado pelos alunos do Colégio Municipal Castro Alves emitindo julgamento moral quanto à orientação sexual durante aula no dia 11 de Agosto de 2022 esclarecemos que:

O caso, que chegou ao nosso conhecimento no dia 12 de Agosto de 2022 está sendo averiguado.

Foi realizada reunião pela direção do colégio na qual participaram a professora, pais e alunos que acompanhados de seus responsáveis legais foram ouvidos.

A Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Posse aguarda a ata da reunião para dar andamento às providências cabíveis para resolução do caso de forma imparcial, garantindo a isonomia, preservando a lisura dos procedimentos e o respeito às legislações vigentes.

A Secretaria Municipal de Educação e Cultura não compactua com quaisquer manifestações de preconceito ou discriminação decorrente da orientação sexual, raça, credo, origem étnica, posicionamento político ou grupo social.

A SEMEC adotará todas as medidas cabíveis para apurar os fatos e reforçará por meio de suas políticas pedagógicas um programa de combate ao preconceito, à homofobia e outras formas de discriminação.

A escola é o espaço da ética, justiça, dignidade, respeito, responsabilidade, amizade, honestidade, solidariedade, autodisciplina, amor, confiança, compreensão, paz e fraternidade.

As atitudes isoladas de um profissional não devem desabonar o trabalho da equipe do Colégio Municipal Castro Alves.

O caso seguirá sendo tratado no âmbito administrativo e as repostas serão fornecidas em tempo para que sejam respeitados os trâmites necessários.

A SEMEC se coloca à disposição frente às instituições da esfera jurídica colaborando com as autoridades, caso necessário.

Secretaria Municipal de Educação e Cultura”.

Edição: Roberth Costa
Vitor Fernandes[email protected]

Sub-editor, no BHAZ desde fevereiro de 2017. Jornalista graduado pela PUC Minas, com experiência em redações de veículos de comunicação. Trabalhou na gestão de redes do interior da Rede Minas e na parte esportiva do Portal UOL. Com reportagens vencedoras nos prêmios CDL (2018, 2019, 2020 e 2022), Sindibel (2019), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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