Caso Marielle: Membro de TCE e deputado seriam autores intelectuais; delegado teria obstruído investigação

Os irmãos Domingos Brazão e Chiquinho Brazão (União Brasil/RJ) teriam sido autores intelectuais; já o delegado Rivaldo Barbosa teria obstruído a investigação (Reprodução/TV Globo + TV Câmara + Agência Brasil)

A Polícia Federal prendeu, no final da madrugada deste domingo (24), três suspeitos de mandar matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, além da tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves. O conselheiro do TCE-RJ Domingos Brazão e o deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil/RJ) teriam sido autores intelectuais dos assassinatos. Já o delegado Rivaldo Barbosa assumiu a chefia da Polícia Civil do Rio de Janeiro um dia antes do crime e teria prometido obstruir a investigação.

A Operação Murder Inc tem participação da Procuradoria-Geral da República e do Ministério Público do Rio de Janeiro.

De acordo com a nota da PF, além dos três mandados de prisão preventiva, são cumpridos 12 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, todos na cidade do Rio de Janeiro.

A ação tem apoio da Secretaria de Estado de Polícia Civil do Rio de Janeiro e da Secretaria Nacional de Políticas Penais, do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Nas redes sociais, a irmã de Marielle e ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, agradeceu o empenho da PF, governo federal, Ministério Público e ministro do STF Alexandre de Moraes. “Estamos mais perto da Justiça”, considera Anielle. “Só deus sabe o quanto sonhamos com esse dia! Hoje é mais um grande passo para conseguirmos as respostas que tanto nos perguntamos nos últimos anos: quem mandou matar a Mari e por quê?”

As prisões ocorrem após o acordo de delação premiada de Ronnie Lessa, preso por executar os assassinatos. Os irmãos Brazão têm como reduto político o bairro de Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio, berço da milícia na capital fluminense.

Marielle atuava contra milícias e o crime organizado no Rio de Janeiro e o assassinato dela, em março de 2018m pode estar ligado à expansão territorial das milícias na região Oeste.

Domingos Brazão

Além de político de longa data, Domingos Inácio Brazão é empresário no ramo dos postos de combustíveis no Rio de Janeiro. Começou na política filiado ao PL, passou pelo PTdoB e MDB. Foi deputado estadual por quatro mandados, até 2015. Em seguida, tornou-se conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), cargo que ocupa atualmente.

Além de deputado estadual, foi vereador pela capital fluminense e candidato a prefeito di Rio em 2000, quando teve mais de 36 mil votos.

Chiquinho Brazão

Irmão de Domingos Brazão, mais conhecido como Chiquinho Brazão, é deputado federal (União Brasil) e também é empresário do ramo de postos de combustíveis.

Nas eleições de 2018, foi candidato a deputado federal pelo Avante e foi eleito com 25.817 votos. Em 2022, foi reeleito pelo União Brasil.

Rivaldo Barbosa

O delegado Rivaldo Barbosa assumiu a chefia da Polícia Civil do Rio de Janeiro um dia antes dos assassinatos de Marielle e Anderson. Ele foi nomeado ao cargo pelo então interventor federal, Walter Braga Netto. Segundo as investigações, Rivaldo teria se comprometido a obstruir as investigações.

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