Iasmin Roloff (PT-RS) foi eleita para compor a mesa diretora da Câmara de Canguçu, cidade do Rio Grande do Sul. No entanto, ela não havia se candidatado ao cargo e inclusive votou contra a própria eleição. A justificativa usada por alguns de seus colegas no momento do voto foi de que Iasmin serviria para “embelezar” a mesa. Aos 24 anos, a vereadora é a única mulher na Câmara do município.
Durante a decisão dos colegas, a parlamentar se manifestou para censurar a justificativa usada em alguns votos. “Quando forem votar em mim, que seja pela minha capacidade intelectual e não pela beleza”, pediu. Ainda assim, ela foi indicada para a função. “Quando se fala da valorização da mulher, já começou tudo ao contrário. ‘Vamos votar nela porque é bonita’. Não! Por favor!”, disse, após o anúncio do resultado.
‘Desrespeito’
Ao G1, Iasmin falou sobre o momento. “Emocionalmente, fiquei muito abalada. Não foi um desrespeito à vereadora Iasmin, mas a todas as mulheres. Ainda estou digerindo, encontrando forças para seguir de cabeça erguida, mas me fez muito mal”, relatou.
“Não é um concurso de beleza, estou ali para trabalhar pelo município. Fui eleita porque tenho propostas e capacidade de exercê-las, não porque sou bonita. Esse tipo de justificativa acaba invisibilizando todo o meu trabalho”, acrescentou.
A votação
Iasmin havia se candidatado à presidência da Câmara como representante da oposição. No entanto, foi superada por Marcelo Maron (PTB-RS). Ela não se colocou para a função para a qual acabou sendo eleita, na mesa diretiva da Câmara.
Entre os vereadores que justificaram o voto em Iasmin, com a intenção de “embelezar” a mesa, estão Arion Braga (PP-RS), Oraci Teixeira (PSB-RS), Silvio Neutzling (MDB-RS). Além de Francisco Vilela, líder do PP, que usou a justificativa de que o partido “vota em dama”.
Ainda segundo o G1, a parlamentar vai se reunir com o PT, seu partido, para decidir se assumirá o cargo. Ela disse também que não pretende tomar medidas legais ou administrativas contra os colegas.