Servidora do MP e mais duas mulheres são indiciadas por racismo após ataque a nordestinos

Mulheres foram indiciadas por racismo após xingarem nordestinos em grupo do WhatsApp (Reprodução/TV Anhanguera)

Uma servidora do MP (Ministério Público) e mais duas mulheres foram indiciadas por racismo após enviarem áudios em um grupo atacando nordestinos.

Segundo o g1, uma das mulheres xingou os nordestinos moradores de Cachoeira Alta de “comedores de calango”, e disse que eles devem voltar para o Nordeste. O motivo dos ataques seriam os votos de Lula (PT) no 1° turno das eleições na cidade.

“Tem que mandar explodir aquela bosta, aquela parte do nordeste lá. Povo vagabundo, quer ficar vivendo de bolsa família de R$ 60”.

Em outro áudio, uma delas declarou que nortistas e nordestinos vão para Goiás para “andar de carro”. Ela declarou:

“A Cachoeira deu essa vergonha de voto. A Cachoeira daqui 10 anos não tem cachoeiraltense mais. Nós vamos ser a minoria aqui, negócio de 15, 20%”.

“Porque a Cahoeira está cheia destes nortistas filhos da p…, que está lá comendo calango no sol do meio-dia e vem pra cá andar de carro, desfrutar da nossa estrutura, viver vida de gente. Só que lá eles vivem vida de cachorro. Lá não tem emprego, não tem estrutura, não tem água encanada”, declarou uma das mulheres.

Prefeitura diz que cidade é para todos

De acordo com o delegado Márcio Henrique Marques, uma das mulheres trabalha no Ministério Público, outra no Hospital Municipal de Catalão, em Goiás, e a terceira, em uma loja de materiais de construção.

A conclusão do inquérito com os indiciamentos foi enviada ao poder Judiciário nessa sexta-feira (7). Em relação à servidora, o Ministério Público informou que a Corregedoria-Geral tomou conhecimento do fato e apura a conduta.

À TV Anhanguera, a Prefeitura de Cachoeira Alta disse que a técnica de enfermagem que compartilhou o áudio foi afastada de suas funções.

A administração municipal declarou que repudia qualquer tipo de ofensa e discriminação e que a cidade bé um lugar de todos e para todos.

Andreza Miranda[email protected]

Graduada em Jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2020. Participou de duas reportagens premiadas pela CDL/BH (2021 e 2022); de reportagem do projeto MonitorA, vencedor do Prêmio Cláudio Weber Abramo (2021); e de duas reportagens premiadas pelo Sebrae Minas (2021 e 2023).

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