STF torna réu deputado federal denunciado por forjar atentado contra si mesmo

loester trutis
Assessor do parlamentar, Ciro Nogueira Fidelis se torna réu pelo mesmo crime (Reprodução/@dep.loestertrutis/Instagram)

O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu, nessa terça-feira (16), tornar réu o deputado federal Loester Trutis (PL), denunciado por forjar um atentado contra si dois anos atrás. O assessor Ciro Nogueira Fidelis se torna réu pelos mesmos delitos: comunicação falsa de crime, porte ilegal e disparo de arma de fogo.

Em 16 de fevereiro de 2020, Trutis e o assessor comunicaram à PF (Polícia Federal) terem sido alvo de disparos de arma de fogo durante a madrugada na BR-060, enquanto iam para um compromisso político no interior do Mato Grosso do Sul. Segundo narraram, os tiros teriam partido de uma caminhonete.

As investigações sobre o caso concluíram, no entanto, que os homens simularam o atentado em uma estrada vizinha à BR-060. Laudos periciais, na denúncia apresentada no ano passado pela PGR (Procuradoria-Geral da República), desmentem o relato e indicam que Trutis e Fidelis esconderam o fato de terem circulado por duas estradas próximas a onde o suposto atentado ocorreu. 

Em uma dessas estradas, foram encontradas oito cápsulas e um fragmento de vidro. “Há indícios que amparam a hipótese de que eles teriam agido com a finalidade de capitalizar politicamente o parlamentar”, disse o STF, em nota, ao descrever a denúncia.

Réus forjaram atentado

Loester Trutis, que se anuncia bolsonarista nas redes sociais, tem como bandeiras o conservadorismo e o porte de armas. A defesa de Trutis alega nulidade de toda a investigação, que diz ser motivada por perseguição política. Segundo os advogados, o parlamentar também não teria sido avisado, na fase de inquisição, sobre seu direito de permanecer em silêncio.

O recebimento da denúncia foi julgado em sessão do plenário virtual do STF. Com a decisão unânime, o parlamentar passa a ser alvo de uma ação penal.

A ministra Rosa Weber, relatora do caso, teve o voto seguido pelos demais ministros. Ela reforçou que nos autos do processo há laudos periciais de exame de local, de identificação de resíduos de disparo de arma, de informática e de balística. Além disso, as autoridades fizeram uma simulação de campo. Tudo indicou a falsa comunicação do crime.

Para Weber, os acontecimentos narrados na denúncia da PGR apresentam “suporte empírico suficiente a demonstrar a justa causa para a denúncia”. Ela refutou a defesa de que os réus não foram advertidos sobre o direito de ficar em silêncio, pois ambos foram ouvidos pela PF quando ainda se encontravam na condição de vítimas, o que não exige a advertência.

Com Agência Brasil

Edição: Roberth Costa
Nicole Vasques[email protected]

Jornalista formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), escreve para o BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

SIGA O BHAZ NO INSTAGRAM!

O BHAZ está com uma conta nova no Instagram.

Vem seguir a gente e saber tudo o que rola em BH!