O ministro Bruno Dantas, do TCU (Tribunal de Contas da União) determinou, nesta quarta-feira (13) que os militares acusados de receber irregularmente o auxílio emergencial devolvam os valores aos cofres públicos. Ainda hoje, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se referiu aos mais de 73 mil militares que receberam os R$ 600 indevidamente como “a garotada que presta serviço obrigatório”.
As irregularidades foram detectadas após o ministérios da Defesa e da Cidadania realizarem um cruzamento de dados e identificarem que 73,2 mil militares ativos, inativos, temporários, pensionistas e anistiados receberam a ajuda do governo. Pela decisão, novos pagamentos ao grupo também devem ser suspensos imediatamente.
A decisão foi motivada por um pedido de providências feito por uma secretaria interna do TCU e Dantas também determinou que o ressarcimento seja feito de forma urgente: “Em que pese o ânimo do Ministério da Defesa em apurar individualmente cada caso e a declarada intenção de restituir os montantes recebidos indevidamente, é imprescindível que haja urgência nesse ressarcimento, inclusive com adoção de providências necessárias pelo Ministério”, decidiu.
Em nota divulgada nesta terça (12), o Ministério da Defesa informou que investiga a irregularidade e garantiu que os valores recebidos indevidamente serão restituídos.
‘Garotada’
Ao ser questionado sobre os recebimentos indevidos na porta do Palácio da Alvorada nesta quarta (13), Jair Bolsonaro atribuiu à “garotada que presta serviço militar obrigatório” a irregularidade no pagamento do auxílio e reagiu: “Não fala militar não”.
Segundo o presidente, trata-se de pessoas “oriundas das classes mais humildes da população” que estão servido ao Exército, à Marinha e à Aeronáutica neste ano. “Como no passado [era] filho de pobre, sem renda, acabaram recebendo”, argumentou Bolsonaro.
Ele também afirmou que quando acontece alguma irregularidade no meio militar, “o bicho pega” e que os envolvidos nos pagamentos indevidos seriam punidos.