Viralizou, nos últimos dias, a divulgação de uma palestra da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs) com o título “A importância da escravidão na economia mundial”. O evento ocorre nesta terça-feira (30), no campus Sananduva. Com a repercussão, a universidade se desculpou em uma nota explicativa.
Segundo divulgado originalmente no Instagram, a palestra será ministrada para o curso de Administração. A primeira publicação trazia o nome e foto do ministrante, além do mediador da palestra, que será presencialmente na unidade Sananduva da Uergs, no Rio Grande do Sul.
Com a repercussão negativa, que apontou indícios racistas na palestra, o reitor da Uergs veio a público se manifestar nessa quinta-feira (25). Em nota, a instituição afirma que “qualquer analogia à escravidão ou tema que fira os Direitos Humanos são contrários aos valores da Universidade” e que o título foi alterado após as críticas.
“Logo que a divulgação foi publicada, a Unidade Universitária proponente foi notificada e retirou os materiais do ar, informando que o título foi equivocado e que a intenção da palestra é demonstrar os horrores e abusos da escravidão no mundo e o quanto essa ação nefasta fora utilizada na sociedade. O título realmente ficou inadequado e não demonstra o teor que será abordado. Assim estruturou-se um novo título: ‘A triste história da escravidão no mundo’”.
‘Afronta’ e ‘desrespeito’
A nota explicativa da universidade, bem como a intenção inicial da palestra, geraram revolta nas redes sociais. Nos comentários do post, internautas comentam sobre a falta de responsabilidade que a Uergs demonstrou, especialmente com alunos negros.
“O título estava equivocado a ponto da correção mudar totalmente o tema da palestra? A Universidade deveria realizar uma investigação bem detalhada junto aos organizadores, não apenas divulgar uma nota. Trata-se de uma afronta ao conjunto da sociedade brasileira”, escreveu uma pessoa.
“Não aparenta ser um equívoco do título, é preciso averiguar o conteúdo e a intenção dessa palestra! E que os responsáveis recebam mais que uma notificação!”, pontuou outra. “Com todo o desrespeito, eu não sei o que ficou pior, se a postagem ou se a explicação completamente absurda. Não. Nós não somos idiotas e não, nós não acreditamos na desculpa mal formulada”, criticou uma terceira.
O BHAZ entrou em contato com o Ministério Público do Rio Grande do Sul para saber se existe uma investigação em curso sobre o tema. Assim que o órgão retornar a demanda, esta matéria será atualizada.
