Policiais militares do Acre realizaram um operação contra o tráfico de drogas em Rio Branco, no último domingo (4), que terminou com dois adolescentes de 15 e 17 anos apreendidos. Os menores de idade trocaram tiros com os agentes, mas acabaram detidos. Testemunhas contaram à PM que a dupla teria envolvimento com o assassinato da jovem Débora Bessa, de 19, o que será investigado pela Polícia Civil. Ela foi encontrada morta no dia 13 de janeiro. E um vídeo que circula pela web mostra o momento em que um homem a decapitou.
O responsável por matar Débora foi preso na última semana. Ele contou ter assassinado a vítima por vingança e disse que ela foi decapitada por ter participado da morte de um irmão dele. O homem, de 28 anos, negou que o crime tenha ocorrido por ordem de uma facção que atua no Acre. O autor chegou a pedir perdão à sociedade.
“Não recebi ordens. Foi porque ela matou meu irmão. Em 2013 armou com os irmãos dela e levaram meu irmão, esquartejaram. Não fiz isso com ela [esquartejar], fiz só isso que viram no vídeo”, disse André Martins à imprensa ao ser apresentado pela polícia. O corpo de Débora foi encontrado por familiares dela em uma mata.
Os investigadores analisaram o vídeo da decapitação para identificar os autores do crime. Na gravação, a jovem pode ser vista de joelhos e diz que não fez nada de mal. Mas, ela é ordenada a olhar para frente e, logo em seguida, é atacada com um facão. “Ela disse ‘mano, estou precisando de drogas e arma’. Falei que arma não tinha, mas droga sim. Ajeitei um papel com plástico e mostrei para ela vim buscar”, narrou Martins.
“Quando chegou lá, levei para o lugar que era para acontecer. Matei ela por vingança, jamais ia fazer isso por causa de mandado, até porque tenho sete filhos para criar e não ia fazer isso porque alguém mandou”, disse. “Acabou com minha vida, minha mãe hoje toma remédio controlado porque viu o filho sendo esquartejado”, afirmou.
Outro adolescente, de 17 anos, se entregou à polícia dias após o crime. Ele foi chamado para filmar a execução de Débora, mas a esfaqueou. “O outro irmão [menor] que se equivocou e furou ela. Foi só eu. Tenho noção do crime que pratiquei. Que vocês me perdoem”, pediu André. “O que fiz não é certo, mas ela acabou com minha vida, com a vida da minha mãe e de muitas outras pessoas. Todo mundo sabe que ela não era santa. Era uma mulher, mas muito perigosa. Sei que o que fiz não é certo e quero que Deus me perdoe”, disse.
O delegado responsável pelo caso, Cristiano Bastos, explicou que o vídeo da decapitação da jovem foi encontrado em um celular apreendido e que pelo menos cinco pessoas estavam no local no momento da gravação. Duas cometeram o assassinato e as outras três teriam filmado. Ele também contou que há indícios de que Débora tenha participado de assassinatos de membros de uma facção da qual era rival, inclusive filmando as mortes.