Alberto Cintra atrai fiscalização após reunir centenas de pessoas em bares

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Bares na Alberto Cintra tiveram aglomerações de pessoas (Vitor Fórneas/BHAZ)

Considerada uma das localidades mais boêmias da capital mineira, a avenida Alberto Cintra, na região Nordeste, atraiu os holofotes da população, e das autoridades, no primeiro fim de semana de reabertura dos bares da cidade. Por lá, uma intensa movimentação foi registrada e um desses estabelecimentos chegou a ser interditado por descumprir normas de prevenção à Covid-19, tudo na semana passada (relembre aqui).

Assim como em outras regiões de BH, bares da avenida podem abrir desde que sigam as regras impostas pela Prefeitura (confira ao fim do texto). No entanto, a aglomeração vista no último dia 5, um sábado, já era quase que esperada pelas autoridades municipais. Foi o que informou hoje (11) o secretário municipal de Planejamento, André Reis, em coletiva.

Na sexta-feira (4), o estabelecimento em questão foi orientado a seguir as determinações contra o novo coronavírus. No entanto, como não cumpriu as regras, foi interditado no dia seguinte. “Na Alberto Cintra, na verdade, a gente já sabia. Tem alguns lugares que sabíamos que ia dar problema, tanto que a Guarda [Municipal] foi até lá”, disse o secretário.

Para Reis, no entanto, a população teve bom comportamento de modo geral e a cidade não pode ser punida por conta do que chamou de “exceções”. “Mas a gente ficou bastante orgulhoso, acho que a forma como a população se comportou foi bastante ordeira”, afirmou. “O que fugiu da curva foram as exceções. A gente não pode punir a cidade porque em alguns lugares houve exceções, então nós vamos manter a fiscalização desses lugares”, finaliza.

‘Bom desempenho’

Para Ricardo Rodrigues, presidente da Abrasel (Associação de Bares e Restaurante), o desempenho foi “bom” na retomada das atividades dos bares. “A própria PBH colocou que nós tivemos um bom desempenho, tanto dos bares como da população. A gente precisa muito da população para que respeitem as regras. Muita gente, nesta demanda reprimida, não tem tido essa consciência”.

Com relação ao movimento intenso na Alberto Cintra, Rodrigues cobrou a imprensa para que mostre “também o que está certo”. “Mostrar só o que está fora do protocolo não é só o ponto forte, mas também trabalhar uma questão global. A gente não pode considerar um ponto único. A própria prefeitura colocou que os casos foram muito pontuais”, afirmou.

Respeito às normas

A flexibilização que ocorre em BH não pode ser considerada como o “fim da pandemia do novo coronavírus”, conforme alertou o infectologista Carlos Starling, que integra o comitê da PBH. Portanto, a população precisa continuar seguindo as normas sanitárias, o que inclui o uso de máscara.

“Um trabalho excepcional de um dos jornais mais respeitados do mundo mostrou o seguinte: máscara tem um efeito muito semelhante a vacina, do ponto de vista de eliminação viral. Essa pequena quantidade de vírus que é eliminada a partir da máscara evita uma contaminação maciça das pessoas e tem um efeito excepcional do ponto de vista de sensibilização, gerar resposta imunológica sem gerar doença grave”, disse.

O especialista alertou que os bares e restaurantes são lugares com maior taxa de risco de transmissão da doença. “Na escala de risco feita pela universidade do Texas e várias outras, bares e restaurantes ficam em torno de 9 na escala de risco de transmissão porque as pessoas para comerem e beberem têm que tirar a máscara. Não tem como”.

Normas

Bares e restaurantes podem comercializar bebida alcoólica entre 17h e 22h às sexta-feiras e das 11h às 22h durante sábado e domingo. Veja as regras para esse segmento:

Capacidade, disposição de mesas e distanciamento

  • Impedir a entrada de pessoas sem máscara ou que não estejam utilizando a máscara de forma adequada;
  • Exercer controle sobre a capacidade do estabelecimento e filas. Não internalizar a espera de clientes;
  • Espera externa e filas de pagamento devem assegurar distanciamento de 2m (dois metros) entre as pessoas, com as devidas marcações;
  • Priorizar a disposição dos clientes em área externa do estabelecimento e/ou em locais com maior ventilação;
  • Distanciamento mínimo de 2m (dois metros) entre as mesas e 1m (um metro) entre ocupantes na mesma mesa;
  • Máximo de quatro pessoas por mesa;
  • Em salões ou espaços com mesas e cadeiras fixas, marcar e isolar mesas e cadeiras que não devem ser ocupadas, em observância ao distanciamento mínimo estabelecido;
  • Vedado o consumo fora de mesas na parte interna e externa do estabelecimento;
  • Permitido o consumo em balcões, desde que o local seja higienizado sempre que necessário, os clientes estejam sentados, os bancos sejam; fixos e haja um espaçamento de pelo menos 1m (um metro) entre eles.
  • Adotar, sempre que possível, atendimento mediante reservas pelos clientes.

Serviço:

  • Eliminar o cardápio físico, podendo ser utilizadas soluções digitais, cartazes, painéis ou descartáveis. Caso não seja possível, poderá ser utilizado o modelo plastificado que deve ser higienizado após cada uso;
  • Eliminar comandas em cartões e materiais plásticos;
  • Eliminar compras de fichas físicas;
  • Vedada a disposição de alimentos para degustação;
  • Refeições, lanches, tira-gosto, devem ser entregues montados aos clientes;
  • Para a modalidade à la carte a refeição deve chegar coberta à mesa do cliente;
  • Vedado o modelo de self-service. Admite-se serviço com buffet com isolamento dos alimentos em relação aos consumidores e montagem do prato por profissional do estabelecimento devidamente paramentado, visando diminuir a manipulação de pegadores e outros utensílios por diversas pessoas, observada a distância de segurança;
  • Os alimentos no buffet devem ser totalmente protegidos por meio de protetores salivares e balcões expositores com fechamento frontal e lateral;
  • Oferecer talheres higienizados em embalagens individuais de papel (ou talheres descartáveis), além de manter os pratos, copos e demais utensílios protegidos;
  • Na fila, fazer marcações no chão com a distância de 2m (dois metros) entre as pessoas;
  • Galheteiros, saleiros, açucareiros e outros dispensadores temperos, molhos e afins ficam proibidos, sendo obrigatório prover sachês de uso individual;
  • Os estabelecimentos deverão oferecer guardanapos de papel e copos descartáveis aos clientes ou limpeza dos utensílios conforme normas sanitárias;
  • Orientar os consumidores a fazer o pagamento preferencialmente com cartões ou por tecnologia de aproximação, evitando a manipulação de notas e moedas. No caso de pagamento com notas e moedas, o estabelecimento deverá disponibilizar funcionário específico para receber os pagamentos;
  • Cobrir a máquina de pagamento com filme plástico, para facilitar a higienização após o uso.
Edição: Roberth Costa
Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

Giovanna Fávero[email protected]

Editora no BHAZ desde março de 2023, cargo ocupado também em 2021. Antes, foi repórter também no portal. Foi subeditora no jornal Estado de Minas e participou de reportagens premiadas pela CDL/BH e pelo Sebrae. É formada em Jornalismo pela PUC Minas e pós-graduanda em Comunicação Digital e Redes Sociais pela Una.

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