Covid-19: Ocupação de leitos de UTI em BH atinge nível amarelo

ambulância maca enfermeira
Número de pacientes para tratar doença está aumentando (Amanda Dias/BHAZ)

O novo coronavírus avança por Belo Horizonte e os reflexos aparecem na rede de saúde. Os últimos dados do Boletim Epidemiológico e Assistencial da prefeitura indicam que a taxa de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) está em 54,5% e atingiu o nível amarelo. O número médio de transmissão de infectados (RT) também apresenta aumento e, até ontem (7), estava em 1,09, também no amarelo.

O BHAZ entrevistou o médico infectologista Unaí Tupinambás, integrante do Comitê de Combate à Covid-19 da PBH (Prefeitura de Belo Horizonte), para entender a razão dos aumentos dos indicadores da pandemia na capital mineira. “Desde meados de novembro, percebemos aumento no RT e isso se deu com a flexibilização proposta. Liberamos bares, restaurantes e vimos cenas de pessoas próximas e em ambientes fechados. Isso impactou”, diz.

Segundo o infectologista, a transmissão estava acontecendo entre os mais jovens e esses não manifestavam sintomas da doença. No entanto, o contato deles com a população de risco fez com que o sistema de saúde fosse impactado. “Aos poucos, [a doença] foi chegando na população vulnerável e agora começa a aumentar a taxa de ocupação de leitos”.

Atualmente, a capital mineira registra 54,5% de ocupação nos leitos de UTI e 47,9% nos de enfermaria. A tendência é que os números continuem aumentando nos próximas dias. “Com certeza vai continuar nesta crescente. O impacto da Lei Seca, que começou na cidade, vai surtir efeito só lá pra semana que vem. Temos ainda mais duas semanas tensas”, alerta.

O número de infectados na capital mineira é de 56.106, o de mortos 1.698. A quantidade de pacientes recuperados chegou a 52.024, enquanto os em acompanhamento está em 2.384. Devido ao feriado de Nossa Senhora da Conceição, não haverá divulgação do informe da prefeitura nesta terça-feira (8).

indicadores PBH
Indicadores da pandemia na capital mineira (Reprodução/PBH)

Cuidados

A proximidade das festas de fim de ano e os tradicionais encontros em família preocupam o infectologista.. “Mais do que nunca é importante as pessoas terem postura responsável. As festas de fim de ano podem se tornar festa de despedida para muitos. Aconselhamos que não passem de dez pessoas e aconteçam em ambiente aberto com ventilação”.

“Se tiver um familiar com comorbidade, que fique na extremidade e use face shield [máscara que cobrem o rosto todo] e mantendo dois metros de distância. Temos que entender que a festa que estamos habituados a fazer só não poderá acontecer neste ano. Em 2021 estaremos numa situação diferente. É preciso entender o momento difícil que enfrentamos”, conclui.

Reforce a proteção contra o vírus

A SES-MG (Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais) orienta que a população tome algumas medidas de higiene respiratória para evitar a propagação da doença, são elas:

  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.
  • Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
  • Evitar contato próximo com pessoas doentes.
  • Ficar em casa quando estiver doente.
  • Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.
  • Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.
Edição: Thiago Ricci
Vitor Fórneas[email protected]

Repórter do BHAZ de maio de 2017 a dezembro de 2021. Jornalista graduado pelo UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) e com atuação focada nas editorias de Cidades e Política. Teve reportagens agraciadas nos prêmios CDL (2018, 2019 e 2020), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

SIGA O BHAZ NO INSTAGRAM!

O BHAZ está com uma conta nova no Instagram.

Vem seguir a gente e saber tudo o que rola em BH!