Minas Gerais bateu mais um recorde de casos de Covid-19 registrados em 24 horas. O boletim epidemiológico divulgado nesta quarta-feira (26) pela SES-MG (Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais) contabiliza mais de 36 mil casos confirmados em um único dia. Esta é a primeira vez que o estado registra um número tão elevado.
Nas últimas 24 horas, foram 36.383 novos resultados positivos para o coronavírus – um recorde que preocupa as autoridades. Ao BHAZ, o infectologista Carlos Starling, membro do Comitê de Enfrentamento à Covid-19 da PBH (Prefeitura de Belo Horizonte), explica que a quebra nas medidas de isolamento social é a grande responsável pelo quadro.
“O aumento dos números tem a ver com aglomerações, banalização de cuidados e a variante ômicron. A vacina gera nas pessoas uma sensação de que estão completamente seguras e que a pandemia acabou, mas isso não é real”, alerta o especialista.
De acordo com o profissional, o cidadão mineiro não se pode deixar enganar pelo avanço na imunização contra o vírus. O boletim da SES-MG revela que, no período analisado, houve 62 mortes pela Covid. Assim sendo, o registro totaliza 57.038 vidas perdidas até agora. “A vacina exige, além dela, as medidas não farmacológicas, como o uso de máscaras, o distanciamento e evitar aglomerações. Tudo isso facilita o controle da pandemia”, orienta Starling.
Contaminação entre jovens e volta às aulas
Carlos pontua que, atualmente, a faixa etária que mais se contamina em Minas Gerais está entre 15 e 30 anos. Ele ressalta que muitos integrantes desse grupo não foram completamente vacinados com as duas doses. Por outro lado, os casos mais graves são de pacientes mais idosos e, surpreendentemente, as crianças. Em uma tentativa de conscientizar os pais, o infectologista reforça a importância de imunizar os pequenos entre 5 e 11 anos.
“A vacinação infantil é absolutamente necessária para que nós possamos ter um retorno mais seguro às atividades de ensino presencial. Se nós não vacinarmos as crianças o quanto antes, certamente vamos ter um início de ano muito difícil nas escolas, porque com a nova variante e a proximidade das crianças, a incidência da doença nas faixas etárias mais jovens, entre 5 e 17 anos, será enorme”, pontua.
O grupo que está começando a ser vacinado agora deve ser o que mais vai sofrer nesse período. Embora os números assustem, o especialista pontua que Minas é um dos estados que mais vacinaram, além de estar entre aqueles que tiveram uma menor mortalidade, o que estaria relacionado aos resultados de BH, que, como capital do estado, tem influência direta nos números gerais.
Ômicron domina novos casos
Um monitoramento da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) mostra que variante a ômicron já domina os casos positivos de Covid-19 no estado. A nova cepa da Covid-19 corresponde a 90% a 100% dos casos confirmados por RT-PCR na primeira semana de janeiro de 2022.
O mais recente mapa de frequência do Programa de Vigilância de Sars-CoV-2 da Rede Corona-Ômica BR-MCTI evidencia que a ômicron já é a cepa predominante também em outros estados brasileiros. São eles Acre, Ceará, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
Segundo a pesquisa, o aumento progressivo de casos suspeitos da variante nos meses de novembro (3,4%), dezembro (67,5%) e janeiro (97%) foi acompanhado pelo aumento de casos positivos para Covid-19 nos mesmos meses de novembro (5,3%), dezembro (6,9%) e janeiro (31,3%). Confira mais aqui.
