Minas Gerais pode entrar em um período de estabilização dos números da pandemia, o que os especialistas chamam de “platô”. Anteriormente, as projeções da SES-MG (Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais) apontavam que o Estado iria atingir o pico de casos do novo coronavírus ao longo desta semana.
Nas últimas 24h, o Estado registrou 971 novos infectados e 39 mortes em decorrência da Covid-19. Ao todo, já são 76 mil infectados e 1.615 mortes provocadas pela doença.
A possibilidade de Minas entrar em um platô foi cogitada pelo secretário de estado de saúde, Carlos Eduardo Amaral, durante coletiva na Cidade Administrativa na manhã desta segunda-feira (13).
Apesar da possibilidade de não haver um pico, médico infectologista Carlos Starling, ouvido pelo BHAZ, alerta: a situação não indica uma melhora. “Um platô significa que a saúde vai ficar pressionada por mais tempo”, afirma.
O que é um platô?
O secretário de saúde explica que o platô é um aumento de casos que se mantém dentro de um mesmo nível ao longo dos dias e que não dá para afirmar quando ele começa.
“Está cedo para afirmamos que estamos no pico ou quando vamos sair, só saberemos quando começarmos a ter uma redução dos casos. Como teve aumento de ocorrências mais lentas é possível que teremos uma discreta redução e manter um platô. No entanto, não sabemos ainda se já estamos no pico ou já dentro da manutenção do platô”, pondera.
Efeitos de um platô
De acordo com o médico infectologista Carlos Starling, um platô não significa uma situação melhor do que em um pico. “No pico, você atinge um número alto de casos e depois inicia uma redução. Já no platô, o número de casos atinge um alto nível e se mantém, pressionando o sistema de saúde por um tempo maior. É pior”, explica.
Carlos ainda diz que a situação não pode sair do controle. “Mantendo o sistema de saúde pressionado, é preciso ações para ir diminuindo o número de casos para evitar que exista um pico dentro do platô, onde há uma grande quantidade de infectados. Se isso ocorrer, há a possibilidade de um colapso na saúde”, finaliza.