O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, passou por uma situação um tanto quanto constrangedora nesse domingo (20). O titular da pasta participou da vacinação contra a Covid-19 na população da Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro, aplicou o imunizante na primeira moradora e quis saber a reação dela.
Ao perguntar se Conceição Campos estava feliz, Queiroga ouviu: “Estou feliz por estar vacinada, mas não queria ser vacinada por você. Queria ser vacinada por ela”. A pessoa que Conceição se referiu é Margareth Dalcomo, pesquisadora da Fiocruz e diretora da associação de moradores da Ilha de Paquetá. As informações são do UOL.
A rejeição ao ministro da Saúde se dá, segundo Conceição, por ele representar um governo que “fala contra a vacina, contra máscara e contra a ciência”. Para ela, a falta de ação do governo federal no enfrentamento à pandemia de Covid-19 é determinante para o alto número de mortes no país, mais de 500 mil.
“Sinto na pele o que a negação da ciência, da máscara, do distanciamento social, a recusa em comprar vacinas nos traz: mortes evitáveis e sofrimentos desnecessários”, desabafou. Outro ponto destacado pela escritora é a divulgação de medicamentos ineficazes contra a doença. Ela contou ter perdido muitos amigos vítimas do coronavírus. “A lista é muito triste e muito longa”.
Imunização
O projeto de vacinação em massa contra a Covid-19 dos moradores da Ilha de Paquetá teve início ontem. A iniciativa faz parte de um experimento, que pretende avaliar os efeitos da imunização em larga escala na ilha, que está localizada no meio da Baía de Guanabara, e só pode ser acessada por barcos.
O projeto se assemelha ao realizado no município paulista de Serrana, que verificou uma redução significativa nos indicadores de óbitos e incidência da doença, depois que 75% da população foi vacinada.
No Rio de Janeiro, o projeto foi desenvolvido por institutos científicos, como a Fiocruz, e submetido à apreciação do Comitê de Especialistas de Enfrentamento à Covid-19 da prefeitura. Na Ilha de Paquetá, os cerca de 4 mil moradores serão imunizados com a AstraZeneca, vacina fabricada no país pela Fiocruz.
Com Agência Brasil