Professora da rede municipal de Ipatinga morre por complicações da Covid

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Nazareth Garcia lecionava numa escola municipal da cidade de Ipatinga (Reprodução/Nazareth Garcia/Facebook)

Morreu nesse sábado (22) uma professora da rede pública na cidade de Ipatinga, no Vale do Aço, por complicações da Covid-19. Nazareth Garcia dos Santos Dias estava internada desde o dia 11 de maio para tratar a doença, mas não resistiu. Ela lecionava na Escola Municipal Professor Evaldo Fontes, no bairro Forquilha.

O Sind-UTE (Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais) de Ipatinga já havia denunciado a escola em que Nazareth dava aula por surto de Covid. O Sindicato criticava a volta às aulas presenciais durante a alta de casos da doença na cidade.

Ipatinga é uma das cidades mineiras que está em nível de alerta nos indicadores da Covid. O município está com 73% dos leitos de UTI ocupados atualmente, e o número de pessoas mortas é de 744. Os dados são do Boletim Epidemiológico.

Por meio de nota, o Sind-UTE lamentou a morte da professora. “Vidas não são números. É preciso responsabilizar os governos no triste cenário que estamos vivendo, quando decidem insistir na política negacionsta e de negligência”, diz o comunicado.

A Prefeitura de Ipatinga também divulgou nota lamentando a perda da profissional. “É com profunda consternação que a Administração Municipal teve conhecimento do lamentável falecimento da professora Nazareth Garcia dos Santos, uma entre tantas outras valorosas servidoras que muito engrandecem com sua competência e o seu dedicado trabalho a nossa rede municipal de ensino”.

Perda dos profissionais da educação

Na sexta-feira (14), Belo Horizonte também perdeu mais uma profissional da educação. A diretora Márcia Nunes, 61, trabalhou durante 27 anos na Escola Municipal Marlene Pereira Rancante, na região Noroeste de BH. Sem comorbidades, a educadora é a segunda de escola municipal da capital a morrer vítima da Covid-19 (leia aqui).

A servidora trabalhava de forma remota desde março de 2020, mas foi recentemente à unidade de educação – ainda fechada e sem presença de alunos – para preparar a retomada das atividades presenciais.

Mesmo já podendo aposentar, Márcia preferiu continuar se dedicando à escola. “Ela nem pensava em aposentar. Tinha dedicação, energia e muito amor pela escola”. Antes de ser diagnosticada com o vírus, a diretora estava ajudando na preparação da instituição para a volta às aulas presenciais.

Preocupação

A morte de Márcia é um alerta, segundo o Sind-Rede BH, sobre o retorno das aulas presenciais em meio à pandemia. “Não podemos dizer que foi a presença dela na escola que levou à contaminação, mas também não podemos descartar”, ressalta Vanessa.

“O que a gente diz é o seguinte: a questão central da pandemia é o isolamento. Todas as medidas que ampliam aberturas colocam mais vidas em risco e não faz sentido abrir escolas neste momento. Escola é espaço de contato. Só quem não tem compreensão de escola acha que ela cumpre seu papel com professora a dois metros do aluno”. A categoria segue em greve sanitária contra o retorno das aulas presenciais.

Edição: Roberth Costa
Jordânia Andrade[email protected]

Repórter do BHAZ desde outubro de 2020. Jornalista formada no UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) com passagens pelos veículos Sou BH, Alvorada FM e rádio Itatiaia. Atua em projetos com foco em política, diversidade e jornalismo comunitário.

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