Prática de exercícios nas ruas de BH é criticada por secretário

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Pessoas se arriscam praticando exercícios sem tomar medidas de precaução (Marcela Gonzaga/BHAZ + Amanda Dias/BHAZ)

Com Vitor Fórneas

O secretário municipal de Saúde de Belo Horizonte, Jackson Machado, criticou nessa sexta-feira (26), os moradores da capital que seguem realizando atividades físicas pela cidade sem os devidos cuidados, mesmo com o aumento de mortes causadas pelo novo coronavírus em BH. “Vai ficar lindo dentro do caixão”, disse.

Jackson Machado falava sobre a falta de unificação das orientações entre município, Estado e União e, aproveitou para ressaltar que algumas atitudes devem ser seguidas. “Algumas medidas são universais, como o distanciamento social, o uso de máscara e a higienização das mãos. Isso não tem divergência, a sociedade tem que se convencer”, ressaltou o secretário.

Esta é a segunda vez em que o secretário critica pessoas que fazem caminhadas em BH e não usam máscaras. Na semana passada, ele disse que as pessoas estavam cuidando da saúde e expondo-se ao risco de terem a saúde comprometida pelo vírus. O que ele chamou de paradoxo.

“Na semana passada comentei sobre pessoas caminhando em vários locais públicos, cuidando da forma física, mas sem a máscara. É um comportamento paradoxal e, até um certo ponto, suicida. A pessoa, como já disse alguém da imprensa, vai ficar lindo dentro do caixão”, destacou Jackson.

Complementando a fala do secretário, o médico infectologista Estêvão Urbano, que faz parte do comitê de especialistas criados pela PBH, disse que pessoas jovens e saudáveis também estão morrendo por conta da Covid-19.

“A experiência aqui em BH no tratamento da Covid-19 mostra que pessoas jovens, fortes, fisicamente adequadas estão adoecendo e morrendo. Não há garantias. O vírus ele explode exponencialmente em reuniões demoradas, como festas e churrascos, e contamina 80% das pessoas naquele ambiente em horas. Acreditem que a pandemia existe e que o vírus está aí. Todos nós somos grupo de risco”, disse o especialista.

O prefeito Alexandre Kalil (PSD) também subiu o tom nas críticas e atacou quem tem feito reuniões e festas durante o fim de semana. “Estamos em guerra. Nunca vi gente correndo e fazendo churrasco durante a guerra”, disse o prefeito.

BH fechada novamente

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), anunciou nessa sexta-feira (26), o fechamento do comércio na cidade, com exceção àqueles segmentos considerados essenciais. Portanto, a partir da próxima segunda-feira (29), a capital mineira volta ao cenário do início da pandemia, entre o fim de março e abril, quando apenas setores fundamentais para a população puderam abrir (entenda aqui).

“O protocolo da PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) está sendo seguido rigorosamente e, como os dados pioraram muito, estamos voltando para a fase zero do bloqueio da cidade”, anunciou Kalil. “Ninguém está mais triste [do que eu] e avisou tanto à população que não eram férias e que todos nós deveríamos nos manter em casa e fazer só essencial – o que não foi feito”, complementou o prefeito de BH.

Denúncias

A PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) incluiu o serviço de denúncias em um aplicativo para ajudar na fiscalização de irregularidades na capital durante o período de pandemia. Desde que iniciou as medidas de fechamento da economia e distanciamento social, a PBH já registrou aproximadamente 26 mil denúncias relacionadas a aglomerações, festas e estabelecimentos com potencial de aglomeração abertos. 

Com isso, agora, os moradores da capital agora também poderão utilizar o aplicativo PBH APP, para fazer denúncias. O aplicativo foi atualizado na última segunda (22) e teve a função incorporada. A mudança disponibilizou mais 13 funções. Além disso, outros 69 serviços podem ser solicitados na plataforma da PBH.

O aplicativo está disponível nas lojas do sistema Android e IOS. Para acessar, basta baixar, realizar o cadastro na plataforma e utilizar os serviços (acesse o app aqui)

Explosão de casos

Reportagem publicada (releia aqui) nesta semana pelo BHAZ mostrou que o número de casos confirmados na capital mineira explodiu após o dia 25 de maio, justamente a data da primeira flexibilização. A média de ocorrências diárias saltou de 20, anotada naquela data, para 47, registrada em boletim divulgado na quarta-feira (24) pela SES-MG (Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais).

Outro dado reforçou a aceleração de casos confirmados do novo coronavírus em BH: no ranking dos 20 dias com maior quantidade de ocorrências, apenas um é anterior ao início da flexibilização do comércio – 4 de maio. As principais datas são segunda-feira (25), com 345 confirmações; o último dia 10, 283; e terça-feira (24), 239.

Reforce a proteção contra o vírus

A SES-MG (Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais) orienta que a população tome algumas medidas de higiene respiratória para evitar a propagação da doença, são elas:

  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.
  • Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
  • Evitar contato próximo com pessoas doentes.
  • Ficar em casa quando estiver doente.
  • Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.
  • Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.
Rafael D'Oliveira[email protected]

Repórter do BHAZ desde janeiro de 2017. Formado em Jornalismo e com mais de cinco anos de experiência em coberturas políticas, econômicas e da editoria de Cidades. Pós-graduando em Poder Legislativo e Políticas Públicas na Escola Legislativa.

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